Na reunião secreta entre o PS e a ex-CEO da TAP, em janeiro, foram combinadas as perguntas que o deputado Carlos Pereira devia fazer e as respostas que Christine Ourmières-Widener devia dar na audição no Parlamento. A SIC teve acesso a documentos que mostram que, afinal, tudo foi combinado. A divulgação desta informações confidenciais em órgãos de comunicação social foi considerada pelo PS e pelo presidente da comissão de inquérito à TAP um “ataque ao coração da democracia”. O comentador da SIC, Luís Delgado, defende que o “PS está a tentar desviar a atenção”.
“Não é um ataque à democracia, há uma fuga de informação, os órgãos de informação que tiveram acesso a esses dados fizeram muito bem em publicar, são de interesse público. É o dever da comunicação social”, considera Luís Delgado e sublinha que o PS e o presidente da comissão parlamentar não podem inverter a situação.
“O conteúdo é grave. O PS está a tentar controlar o dano, tentando desviar o assunto para: ‘Há uma fuga de informação, há um ataque à democracia’, como se o PS não tivesse ao longo da sua vida parlamentar e democrática, ao longo dos últimos 50 anos, fugas de informação seletivas contra isto e contra aquilo", acusa.
“Esta matéria com este conteúdo teria de aparecer e terá de aparecer no relatório final desta comissão, estes conteúdos jamais poderiam ser escondidos numa gaveta. O conteúdo é que é grave, a TAP está a transformar-se numa fuga radioativa, numa central nuclear, que está a atingir tudo e todos”, realça o comentador da SIC e acrescenta que o assunto é grave para todos e é grave também agora o PS tentar desviar a atenção.
Luís Delgado defende que "tudo o que é relevante para o público, para os portugueses, deve ser revelado. Tudo o que é relevante e tudo o que é verdade".
“Esta comissão é definitivamente uma comissão que está a matar, mas a matar permanentemente membros do Governo, deputados, assessores, a própria TAP... isto é a confusão total, por isso politicamente vai haver mais consequências”, conclui.