TAP: o futuro e as polémicas

Entrevista SIC Notícias

Inquérito à TAP: “Informação que saiu foi selecionada”, revela Eurico Brilhante Dias

Em entrevista à SIC Notícias, Eurico Brilhante Dias revela que a informação que veio a público "foi selecionada", fragiliza a posição do Estado e que são os partidos de direita que beneficiam da situação.

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O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, afirmou esta sexta-feira, em entrevista à SIC Notícias, que a informação confidencial divulgada foi “selecionada”, é apenas “um fragmento” e fragiliza a posição do Estado.

“Não apareceram, por exemplo, comunicações e posição de juristas que acham que a posição do Estado era bem fundamentada”, referindo-se à demissão por justa causa da ex-CEO e do chairman da TAP.

Eurico Brilhante Dias reconheceu o “superior interesse público” na divulgação destas informações, mas afirmou que “tem que se saber tudo”, reforçando que o que foi divulgado foi apenas um “fragmento” e atirou críticas aos partidos de direita, que acusa de se aproveitarem desta fragilização do Executivo.

“Objetivamente são os partidos à direita do PS que têm vindo a aproveitar”, defendeu.

O líder parlamentar socialista afirmou ainda que passar informação classificada para fora da Comissão Parlamentar de Inquérito “é crime” e recusou a ideia de que possa ter sido o próprio Executivo a fazê-lo.

“Lamento, mas isso não faz qualquer sentido. Era a mesma coisa que dizer que o Governo se infligia, a si próprio, um conjunto de notícias que procurou que não se registassem nos últimos 10 dias”, disse.

Sobre a origem desta fuga de informação, defende que os indícios apontam para alguém que tenha “acesso ao acervo completo” para poder fazer uma “seleção muito criteriosa com este impacto tão negativo”.

Trata-se de uma questão “rocambolesca”, adjetiva Eurico Brilhante Dias.

Questionado sobre a combinação de perguntas na reunião secreta entre a ex-CEO da TAP e membros do Ministério das Infraestruturas, reconheceu que “não é normal”, mas reforçou que os deputados do PS “fazem as reuniões que querem, quando querem e com quem entendem”.

Recordou ainda que na Comissão Parlamentar de Inquérito foi perguntado a Christine Ourmières-Widener se tinha preparado perguntas e respostas e se se sentia condicionada, às quais a ex-CEO da TAP respondeu que não, resposta partilhada pelo deputado Carlos Pereira, que também marcou presença na reunião secreta.

Afinal, quem está a mentir?

Eurico Brilhante Dias referiu ainda que, por diversas vezes, João Galamba perguntou a Frederico Pinheiro se havia notas dessa reunião secreta e que o ex-adjunto disse que não.

“A partir do momento que diz não e depois aparentemente há notas, o ministro tomou a decisão que podia tomar e exonerou-o”, afirmou.

“Confio nas instituições, mas não vou aqui acusar ninguém de mentir ou de deixar de mentir. Não vou partir para essa discussão que o até então desconhecido de muitos, Frederico Pinheiro, é dono da verdade e que o ministro mente”, concluiu.