O presidente da comissão de vencimentos da TAP apresentou esta quinta-feira a demissão, segundo a revista Sábado. O motivo prende-se com o salário de Luís Rodrigues, a quem o Governo prometeu meio milhão de euros anuais.
Tiago Aires Mateus demitiu-se esta quinta-feira do cargo de presidente da comissão de vencimentos, uma notícia que está a ser avançada pela revista Sábado.
Em causa está a discordância com a proposta para o salário do novo presidente executivo da transportadora aérea, pois Tiago Aires Mateus terá sido pressionado pelo Ministério das Infraestruturas para alterar o parecer que fixa o vencimento de Luís Rodrigues.
Segundo o Jornal Económico, o ordenado que o Governo prometeu a Luís Rodrigues iria ser semelhante ao da ex-CEO, a rondar os 504 mil euros anuais. No entanto, a comissão de vencimentos, presidida até então por Aires Mateus propôs um salário anual de 420 mil euros.
Também em abril, foi ouvido na comissão de inquérito À TAP, onde defendeu que não deverá ser pago um prémio a um gestor que não tem contrato de gestão e que foi demitido, como é o caso da ex-presidente da TAP, Christine Ourmières-Widener.
Na carta de demissão que enviou à tutela, para além de mencionar que se afasta por motivos pessoais, refere que o facto de o papel da Comissão não ser levado a sério na atual estrutura acionista da companhia aérea também o levou a tomar esta decisão.
“Atendendo ao atual contexto, não posso deixar de referir que a decisão de renunciar (…) também se esteia na minha convicção, tornada pública a 19 de abril último, de que a existência desta Comissão de Vencimentos não só não encontra fundamento na estrutura acionista da empresa, como constitui uma fonte de dúvidas sobre o exato recorte das atribuições, competências e procedimentos aplicáveis em matéria de fixação da remuneração dos gestores públicos”, lê-se no comunicado ao qual o Jornal Económico teve acesso.
Luís Rodrigues, até então à frente da SATA, tomou posse em abril como presidente da Comissão Executiva e do Conselho de Administração da TAP, sucedendo a Christine Ourmières-Widener e a Manuel Beja, afastados pelo Governo.