O PCP revelou que Fernando Pinto foi CEO da companhia ao mesmo tempo que geria o consorcio privado de David Neelman, que acabaria por comprar a TAP. Tudo terá acontecido durante o fecho das negociações de venda da transportadora.
Tudo foi revelado durante a audição a Sérgio Monteiro na comissão de inquérito parlamentar à TAP, esta quinta-feira. O antigo secretário de Estado das Infraestruturas, foi um dos, senão o principal mentor da privatização.
Antecipando o confronto dos deputados, Sérgio Monteiro entrou em “contra-ataque”, agitando os efeitos da nacionalização socialista durante a pandemia.
"a TAP custa-nos hoje 200 mil euros por dia (…) Havia alternativas? Claro que havia”, disse o secretário de Estado do Governo de Paços Coelho.
De qualquer modo, foi questionado sobre os pormenores da venda da TAP. Sérgio Monteiro reconheceu que sabia dos “fundos Airbus”, o esquema encontrado por David Neelam para comprar a companhia, e que implicava a troca de aviões já encomendados e uma renovação total da frota.
Sérgio Monteiro chegou a falar ao telefone com um representante da Airbus, assegurnado que que o negoico com Neelman era para avançar. No entanto, o ex-secretário de Estado alegou que “o telefonema não foi de um membro do Governo para a Airbus, foi da Airbus”.
Fernando Pinto? “O próprio poderá esclarecer”
Com a revelação do PCP acerca das duas funções exercidas por Fernando Pinto, Sérgio Monteiro disse inicialmente “não ter memoria” sobre o caso.
Depois de novos questionamentos, acabou por dizer que foi “um erro administrativo cometido” pelo ex-ceo da TAP e que só “o próprio poderá esclarecer”.