O Irão considera que as novas sanções dos Estados Unidos contra o programa nuclear do Irão não terão "nenhum efeito" no país, disse esta sexta-feira o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Moussavi.
Washington anunciou na quinta-feira novas sanções contra a Organização de Energia Atómica do Irão (OIEA) e contra o seu diretor, Ali-Akbar Salehi, acusados pelos Estados Unidos de "terem desempenhado um papel importante no não cumprimento do Irão do seu principal compromisso nuclear, ao ultrapassar os limites das reservas de urânio e o nível de enriquecimento" deste mineral.
"Salehi é uma figura científica e política eminente", e essas sanções, que refletem o "desespero" dos norte-americanos, "não terão nenhum efeito sobre o progresso do programa nuclear pacífico da República Islâmica do Irão", indicou o porta-voz da diplomacia iraniana em comunicado.
Doutorado em engenharia nuclear pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, Ali-Akbar Salehi foi ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão entre 2010 e 2013, antes de assumir a direção da OIEA.
Desde maio de 2019, a República Islâmica do Irão abandonou vários compromissos que tinha adotado no âmbito do acordo nuclear assinado com os cinco países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas - Rússia, França, Reino Unido, China e EUA - mais a Alemanha, em 2015, em resposta à decisão de Washington, em 2018, de rescindir unilateralmente o acordo e restabelecer duras sanções económicas contra Teerão.
O Irão sempre negou que o seu programa se destine a obter armas nucleares, conforme acusa o Governo do Presidente dos EUA, Donald Trump.