Tragédia em Pedrógão Grande

Pedrógão Grande: Presidente Marcelo vai falhar homenagem às vítimas

O autarca de Leiria anunciou esta terça-feira a cerimónia de homenagem às vítimas junto ao memorial em Pedrógão Grande, na qual marcarão presença vários membros do Governo. Pelo contrário, o Presidente Marcelo já anunciou que vai falhar a ocasião.

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O Governo vai estar presente na homenagem às vítimas dos incêndios de 2017, junto ao memorial de Pedrógão Grande, mas o Presidente da República vai falhar a ocasião por estar fora do país.

A cerimónia vai acontecer no dia 27 de junho, às 17:00.

"Não é propriamente uma inauguração, porque o monumento já está aberto. Será uma cerimónia de visita ao espaço e aonde será prestada homenagem às vítimas dos incêndios de 2017", afirmou Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria.

Quem vai estar presente na cerimónia?

Segundo o autarca, na iniciativa vão marcar presença elementos do Governo, como o primeiro-ministro, António Costa, e a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, autarcas das regiões afetadas, Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, outras entidades ligadas à área social e associativa desses concelhos, o autor do memorial, arquiteto Souto Moura, e população.

Marcelo falha por estar fora do país

Já depois de ter sido anunciada a homenagem, o Presidente da República emitiu uma nota oficial, no site da Presidência, informando que não poderá marcar presença, já que nessa data estará em Itália para uma reunião da COTEC Europa.

Marcelo Rebelo de Sousa revelou ainda que soube pela comunicação social da cerimónia e reforçou que pretende “visitar, ainda este mês, a região afetada pelos terríveis incêndios de há seis anos”.

Governo falhou inauguração do memorial

O Memorial às Vítimas dos Incêndios Florestais de 2017, localizado junto à Estrada Nacional 236-1, na zona de Pobrais, Pedrógão Grande, foi aberto na quinta-feira sem qualquer cerimónia pública de homenagem às vítimas dos incêndios florestais de junho e outubro de 2017.

A ausência de figuras de Estado suscitou críticas de vários setores.

Da autoria do arquiteto Souto Moura, o memorial, um investimento de 1,8 milhões de euros, inclui um lago de enquadramento, com cerca de 2.500 metros quadrados de área, alimentado por uma gárgula com 60 metros de extensão, sendo bordejado por uma faixa de plantas constituída por nenúfares brancos, lírios e ranúnculos.

De acordo com a Infraestruturas de Portugal, dona da obra, "o memorial inclui também, como peça fundamental, um muro com a inscrição do nome de cada uma das 115 pessoas vitimadas nos incêndios florestais de junho e outubro de 2017".

Gonçalo Lopes adiantou que a CIMRL está a "ultimar um protocolo com a Infraestruturas de Portugal", segundo o qual aquela primeira entidade vai ficar "com a responsabilidade da manutenção do monumento".

"Naturalmente, acaba por estarmos, assim, também envolvidos neste momento importante em que passamos a ter uma responsabilidade acrescida na gestão", declarou.

Incêndios de 2017

Os incêndios que deflagraram em 17 de junho de 2017 -- passaram seis anos no sábado - em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos provocaram a morte de 66 pessoas, além de ferimentos noutras 253, sete das quais graves.

Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.

A maioria das vítimas mortais foi encontrada na Estrada Nacional 236-1, que liga Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, junto à qual foi erguido o memorial.

Em outubro do mesmo ano, outros incêndios na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.