A Comissão Europeia desmente conversações e recusa uma previsão para comprar e distribuir a vacina russa contra a covid-19. Bruxelas confirma apenas oficialmente que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) começou esta quinta-feira a avaliar a eficácia e a segurança da Sputnik V.
Sem esperar pela autorização da EMA, a Hungria é, até agora, o único país da União Europeia a ter a vacina russa contra a covid-19. Descontente com a alegada lentidão do plano de vacinação dos 27 Estados-membros, o Governo de Budapeste encomendou dois milhões de doses da Sputnik V.
A Eslováquia segue o exemplo húngaro nos próximos dias e a República Checa também já admitiu a compra a Moscovo.
A Sputnik V foi aprovada em mais de 40 países. É produzida já na China, na Índia e no Brasil e segue a técnica que utiliza um adenovírus para motivar a reação imunológica. Segundo estudos da Universidade de Oxford, esta é uma das três vacinas do mundo com mais de 90% de eficácia.
A eventual aprovação pela União Europeia, avançam os analistas, cria dependência do regime de Vladimir Putin, com o qual existem atualmente diferendos diplomáticos sobre a defesa dos Direitos Humanos e da democracia na Rússia.
Para além disso, baralha também o jogo financeiro e de produção das outras três vacinas já aprovadas: da Pfizer, da Moderna e da AstraZeneca.
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