O Brasil levantou a obrigação emitida às autoridades locais de reservarem os "stocks" de vacinas para a segunda injeção para acelerar a vacinação e travar a progressão da epidemia da covid-19.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sublinhou que o objetivo é assegurar a administração de, pelo menos, uma dose da vacina o mais rapidamente possível e ao maior número de brasileiros.
O Brasil, o segundo país do mundo mais atingido pela covid-19, com cerca de 250 mil mortes, utiliza até ao momento a vacina Oxford/Astrazeneca e a chinesa Coronavac, ambas necessitando de duas doses.
"Ao libertar a totalidade dos "stocks" de vacinas para uma utilização imediata, podemos duplicar o número de doses administradas esta semana e salvar mais vidas", explicou o ministro em comunicado.
Eduardo Pazuello disse ter recebido garantias dos laboratórios de que serão fornecidas vacinas suficientes para assegurar a segunda dose no período estipulado.
A prioridade em fornecer a primeira dose a um número máximo de pessoas tem sido debatida em todo o mundo.
Países como o Reino Unido obtiveram resultados promissores com esta estratégia, indica a agência oficiosa AFP.
O Brasil administrou até ao momento a primeira dose da vacina a cerca de 5,5% dos seus 212 milhões de habitantes, um resultado longe de atingir o objetivo fixado pelo Ministério da Saúde para que toda a população esteja vacinada até ao final de 2021.
O país recebeu este domingo a primeiro carregamento das vacinas obtidas através do programa das Nações Unidas Covax, destinado aos países mais pobres ou com profundas desigualdades sociais.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.710.382 mortos no mundo, resultantes de mais de 122,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019 em Wuhan, uma cidade do centro da China.
- Brasil perto de chegar às 250 mil mortes por covid-19
- Covid-19: Brasil recebe primeiro carregamento de vacinas através da Covax
- Pedido afastamento temporário de Bolsonaro da gestão da pandemia
- Covid-19. Identidades de pessoas mortas usadas no Brasil para usurpar vacinação
- Covid-19. Oito em cada dez brasileiros crê que a pandemia está fora de controlo
- Com o sistema de saúde perto do colapso, pandemia é usada como arma política no Brasil