A Índia ultrapassou, pela primeira vez, a marca das 380 mil infeções de covid-19 por dia. Por todo o país, há centros de vacinação a encerrar devido à escassez de vacinas, sobretudo em Mumbai.
É um dos maiores produtores do mundo, mas não tem vacinas suficientes para a população – a segunda maior do mundo. O plano de vacinação deveria ter início daqui a dois dias para os maiores de 18 anos, mas a falta de doses levou ao encerramento dos centros em todo o país.
Em Mumbai, nenhum dos centros de vacinação tem capacidade para manter as portas abertas nos próximos três dias. Em Nova Deli, as autoridades também foram obrigadas a suspender a campanha.
A Índia atravessa a pior fase desde o início da pandemia. Há nove dias consecutivos que regista mais de 300 mil novos casos, tendo esta sexta-feira superado, pela primeira vez, as 380 mil infeções num dia.
Quase 3,5 mil pessoas morreram e há suspeitas que os números oficiais não reflitam a verdadeira dimensão da pandemia. Nas morgues e nos crematórios trabalha-se 24 horas por dia.
Também nos hospitais a situação é caótica: a maior parte das unidades não têm oxigénio, nem medicamentos, nem camas. Os paramédicos estão a trabalhar mais de 14 horas por dia, sete dias por semana e denunciam a dificuldade crescente para salvar vidas nos hospitais sobrelotados.
A Índia apela à ajuda externa para fazer frente à crise. Os Emirados Árabes Unidos e a Tailândia responderam ao apelo e enviaram oxigénio e ventiladores. Também os Estados Unidos enviaram garrafas de oxigénio e testes rápidos.
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