O investigador do Instituto de Medicina Molecular, Miguel Castanho, concorda com a vacinação contra a covid-19 de crianças entre os 5 e os 11 anos e considera que "está provado e não há a mínima dúvida" de que as "vacinas são muito seguras e continuam robustas".
No entanto, Miguel Castanho esperava que a aprovação da EMA tivesse mais dados em relação à da FDA, nos Estados Unidos: "Aquilo que os dados disserem deve levar-nos a uma decisão", considera.
A decisão da EMA "não veio dar dados novos que garantam a utilidade para a própria criança", ou seja que demonstrem que as "crianças precisam da vacina". Por isso, "todas as dúvidas que havia na realidade mantêm-se".
"A decisão da EMA não veio trazer luz nova sobre a discussão. Veio só dizer que (...) quem quiser avançar, avance", diz o investigador.
Miguel Castanho explica ainda que são necessários mais dados para se ter uma "noção mais realista do que se pode esperar da vacinação em termos de eficácia" e não em termos de segurança, porque "a vacinação não faz mal às crianças, a questão é se elas precisam".
"A segurança nunca foi posta em causa. (...) A questão é se as crianças precisam em termos utilitários", esclarece o investigador.
A Agência Europeia de Medicamentos aprovou esta quinta-feira o uso da vacina da BioNTech/Pfizer em crianças dos 5 aos 11 anos, em duas doses mais pequenas do que as que são dadas aos adultos.
A decisão surge numa altura em que a Europa enfrenta uma nova vaga de contágios e vários países começam a confinar, uma vez mais.
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