Portugal contabiliza esta terça-feira mais três mortes e 829 novos casos de covid-19, segundo o relatório diário da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Desde o início da pandemia, Portugal já registou 18.141 mortes e 1.086.280 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, estando hoje ativos 30.878 casos, menos 458 em relação a ontem.
O boletim da DGS revela que estão internados 301 doentes, mais 11 do que ontem. Nos cuidados intensivos estão 62 doentes, mais três.
Os dados indicam ainda que mais 1.284 doentes foram dados como recuperados, fazendo subir para 1.037.261 o número total de recuperados desde o início da pandemia em Portugal, em março de 2020.
As autoridades de saúde têm sob vigilância 21.469 contactos, mais 345 relativamente a ontem.
Os três óbitos, de pessoas com mais de 80 anos, foram registados nas regiões de Lisboa (2) e do Norte (1).
O maior número de óbitos continua a concentrar-se entre os idosos com mais de 80 anos (11.837), seguidos da faixa etária entre os 70 e os 79 anos (3.884).
Do total de vítimas mortais registadas até à data, em Portugal 9.515 eram homens e 8.626 mulheres.
O novo coronavírus já infetou em Portugal pelo menos 583.092 mulheres e 502.443 homens, de acordo com os dados da DGS, segundo os quais há 745 casos de sexo desconhecido, que se encontram sob investigação, uma vez que esta informação não é fornecida de forma automática.
Entre as novas infeções destaca-se a faixa etária dos 40 aos 49 (mais 129), seguida dos 30 aos 39 anos (mais 127), dos 20 aos 29 anos (mais 113), dos 0 aos 9 anos (mais 103), dos 50 aos 59 anos (mais 86), dos mais de 80 anos (mais 82), dos 60 aos 69 anos (mais 71), dos 70 aos 79 anos (mais 61) e dos 10 aos 19 (mais 57).
Na região de Lisboa e Vale do Tejo foram notificadas 283 novas infeções, contabilizando-se até agora nesta área geográfica 419.475 casos e 7.720 mortos.
A região Norte registou 216 novas infeções por SARS-CoV-2, totalizando 415.126 casos de infeção e 5.596 óbitos desde o início da crise pandémica.
Na região Centro registaram-se mais 218 casos, perfazendo 146.039 infeções e 3.177 mortos.
No Alentejo foram assinalados 39 novos casos de infeção, totalizando 40.050 contágios e 1.051 mortos desde o início da pandemia.
Na região do Algarve, o boletim de hoje da DGS contabiliza 48 novos casos, acumulando-se 43.732 contágios pelo SARS-CoV-2 e 479 óbitos.
A região Autónoma da Madeira contabilizou 10 novos casos, somando 12.585 infeções e 73 mortes devido à doença covid-19 desde março de 2020.
Nas últimas 24 horas, e segundo a DGS, os Açores registaram 15 novos casos, o que eleva para 9.273 contágios desde o início da pandemia e 45 mortes devido à doença.
As autoridades regionais dos Açores e da Madeira divulgam diariamente os seus dados, que podem não coincidir com a informação divulgada no boletim da DGS.
DGS não afasta hipótese de novo confinamento
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, teme o aparecimento de uma variante da covid-19 mais agressiva e não afasta a hipótese de um novo confinamento em Portugal.
Graça Freitas admite que toda a população tenha de tomar a terceira dose da vacina. No entanto, sublinha que é cedo para ter a certeza e garante que, para já, o reforço é dado apenas aos mais velhos e a doente de risco. Confinamentos seletivos ou generalizados podem estar em cima da mesa, segundo a diretora-geral da Saúde.
"É o que estamos a assistir em alguns países", acrescenta Graça Freitas.
Na entrevista ao Diário de Notícias, a diretora-geral da Saúde revela que há um plano para o inverno, com três cenários possíveis. Um deles - o mais grave - prevê o aparecimento de uma variante agressiva.
A responsável esclarece que os cuidados básicos têm de continuar, mesmo com mais de 85% da população vacinada contra a covid-19.
"No fundo, vamos jogar com todas as armas que já temos e com as medidas que conhecemos (...). Neste momento já estamos a fazer o reforço da população com mais de 80 anos (...) A necessidade deste reforço foi-nos dada pela ciência, mas imagine que daqui a uns tempos a ciência nos indica que é preciso fazer reforços a outras idades e a outros grupos sociais. Nós também o faremos", diz.
Descoberto um marcador biológico que dá prognóstico da gravidade da covid-19
Um grupo internacional de investigadores no qual estiveram envolvidos especialistas da Fundação Champalimaud descobriu um marcador biológico com potencial para dar prognóstico da gravidade da covid-19, com a deteção do marcador a resultar de um teste PCR.
Em entrevista à Lusa, o investigador principal Eduardo Moreno explicou que o prognóstico decorre da presença de um tipo de proteínas presente nas células dos seres humanos, designadas por 'proteínas flower', um sistema descoberto pela primeira vez há cerca de cinco anos e cuja potencial importância se reconheceu também agora para a infeção provocada pelo vírus SARS-CoV-2.
"É um sistema em que as células comunicam entre si. São as 'proteínas flower' que as células usam para comunicar com as células vizinhas e estas eliminam a célula danificada. É como um controlo de qualidade do organismo. Quando o corpo é jovem, tem-se normalmente muitas células boas; quando o corpo é mais velho, este sistema de controlo de qualidade já funciona pior e o número de células danificadas vai-se acumulando", afirma, para explicar a habitual correlação do agravamento da doença em pessoas mais idosas.
Pandemia terminará "quando o mundo decidir acabar com ela"
A pandemia da covid-19 terminará "quando o mundo decidir acabar com ela", afirmou este domingo o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), alegando que estão disponíveis "todas as ferramentas" para combater o vírus SARS-CoV-2.
"A pandemia vai acabar quando o mundo decidir acabar com ela. Está nas nossas mãos, temos todas as ferramentas de que precisamos", salientou Tedros Adhanom Ghebreyesus, na abertura da Cimeira Mundial da Saúde, que reúne anualmente políticos e profissionais do setor em Berlim.
O responsável da OMS lamentou ainda que o "mundo não tenha usado essas ferramentas com sabedoria", uma vez que as "quase 50 mil mortes por semana" associadas à covid-19 a nível global indicam que "a pandemia está longe de acabar".
O objetivo global da OMS, anunciado em setembro, é que cada país vacine pelo menos 40% da sua população até ao final do ano e que 70% da população mundial esteja imunizada até meados de 2022.
A meta inicial era que todos os países tivessem vacinado pelo menos 10% da sua população até final de setembro, mas esta percentagem não foi alcançada em 56 países.
LINKS ÚTEIS
- Atualização semanal da execução do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- ECDC - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas na Europa
- Universidade de Oxford - dados sobre evolução da vacinação contra a covid-19
- Bloomberg - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas no mundo
- London School of Hygiene & Tropical Medicine - gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacinas
- Agência Europeia dos Medicamentos (EMA)
- Especial sobre o novo coronavírus / Covid-19
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças