O maior rubi do mundo foi descoberto há dois anos no norte de Moçambique. Rendeu 35 milhões de dólares e entrou para o topo do ranking das pedras preciosas mais caras de sempre. É uma pequeníssima amostra da riqueza de um pais, onde abundam rubis, diamantes, minérios, gás, petróleo para não falar da agricultura e da pesca. Mas onde a pobreza aumentou mais de 80% em 10 anos.
Em 2022 afetava mais de 60% dos moçambicanos, números oficiais. Pelas contas de organizações não governamentais, vive-se em média com apenas dois dólares por dia e o desemprego é generalizado, apesar da taxa oficial rondar os 18%.
Mais de metade da população são jovens e são sobretudo eles que estão nas ruas a exigir uma mudança no poder ocupado pela FRELIMO desde a independência há quase cinco décadas.
O Governo português está a acompanhar a situação, preocupado tal como o Presidente da República que trata o assunto com "pinças".
"Nenhum de nós gosta da ideia de ver Moçambique atravessado por divisões territoriais ou por outro tipo de perturbações daquilo que é fundamental para a Moçambique, para a CPLP e também para nós portugueses e irmãos que nos sentimos dos moçambicanos", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.
"Nós estamos a acompanhar muito de perto a evolução no terreno. Estamos, neste momento, ainda à espera das decisões do Conselho Constitucional e de poder ver os resultados totalmente anunciados, naturalmente, desejando que todos os intervenientes possam manter o discernimento que possa evitar uma escalada de violência nas ruas", esclareceu Luís Montenegro.
Por cada dia de paralisações e já vão vão oito, o país perde 30 mil milhões de meticais, a moeda moçambicana (cerca de 500 milhões de euros) e aumenta o risco de entrar em incumprimento.