Numa carta dirigida aos líderes partidários portugueses, Venâncio Mondlane, que regressa esta quinta-feira a Moçambique, explica que a contestação aos resultados oficiais das eleições, do passado dia 9 de outubro, é uma etapa encerrada.
Mondlane não aceita a derrota, apesar do que diz serem as irregularidades e a fraude que deram a vitória nas presidenciais ao partido no poder e ao seu candidato, Daniel Chapo.
Foi obrigado a recorrer ao exílio
No entanto, Mondlane, o homem que desafia a Frelimo, decidiu mudar de estratégia.
Em novembro, deixou Moçambique não só porque "ocorreram três tentativas de assassinato contra o próprio", como também porque “foram mortos o advogado e um mandatário do líder do Podemos”. Por isso, acrescenta na missiva, "se viu forçado a recorrer ao exílio como forma de salvaguardar a segurança pessoal e a da família".
O avião que vai levar Mondlane até Maputo deve aterrar esta quinta-feira pelas 8h00 na capital moçambicana, quando forem apenas 6h00 em Lisboa, a capital de um país a quem Venâncio Mondlane agradece a solidariedade e pede continuação de apoio neste regresso.
O antigo candidato presidencial explica que "não obstante os riscos associados, tomou a decisão de regressar ao país para continuar de perto a defender os valores democráticos e os direitos dos moçambicanos ao exercício da liberdade e participação políticas".
Mantém-se o clima violento nas ruas
O vencedor da eleições, Daniel Chapo, tem a tomada de posse marcada para 15 de janeiro. Dois dias antes acontece a investidura dos 250 deputados do parlamento.
Nas ruas, mantém-se o clima violento de contestação e de repressão policial.