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Polícia procura eventual cúmplice do suposto autor dos ataques na Noruega

A polícia norueguesa está a procurar um eventual  cúmplice do suposto autor dos dois ataques de sexta-feira no centro de Oslo  e num acampamento de jovens numa ilha próxima da capital, que provocou 91  vítimas mortais.  

© Scanpix Norway / Reuters

Na sexta-feira, a explosão de uma bomba no centro governamental de Oslo  e um tiroteio num campo de férias organizado pelo Partido Trabalhista, numa  ilha fora da capital, provocaram 91 mortos, segundo os últimos números divulgados  pela polícia. 

De acordo com informações da televisão pública NRL e da agência de notícias  NTB, citadas pela agência de notícias Efe, a polícia baseia a hipótese de  um cúmplice no depoimento de testemunhas oculares.  

O alegado autor do ataque ao acampamento de jovens tem sido identificado  como um norueguês de 32 anos, que as autoridades identificam como um "fundamentalista  cristão", que entrou no recinto com um uniforme da polícia e disparou sobre  os jovens que participavam numa reunião partidária. 

Até agora, a polícia partia da hipótese de que o suspeito detido após  o massacre na ilha Utoeya, onde morreram pelo menos 84 pessoas, tinha agido  sozinho.  

No entanto, informações recentes indicam que os investigadores não descartam  a hipótese de que este tivesse cúmplices, especialmente para perpretar o  ataque anterior sobre o complexo do governo em Oslo, que matou sete pessoas.

Os dois ataques foram realizados com apenas duas horas de intervalo  pelo que havia a forte hipótese de que o suspeito tinha ativado o carro-bomba  que explodiu na capital, partindo de seguida para a ilha, a cerca de 40  quilómetros de Oslo.  

O duplo atentado foi qualificado como uma "tragédia nacional" pelo primeiro-ministro  Jens Stoltenberg, que tinha previsto visitar o acampamento da juventude  do seu partido este sábado, na ilha de Utoeya, onde estavam concentradas  560 pessoas. 

Fonte do governo português garantiu à Lusa que até ao momento não há  registo de  cidadãos nacionais entre os mortos e feridos resultantes dos  dois atentados ocorridos na sexta-feira. 

Atentados à bomba na Europa (2009-11)                                                                     
2011 

22 Julho - A polícia norueguesa revela que a explosão junto à sede  do governo em Oslo foi causada por uma bomba, pelo menos sete mortos.  Um tiroteio nos arredores da cidade está relacionado com o atentado e há  10 mortos noticiados.

11 Abril - A explosão de uma bomba no metropolitano de Minsk, na Bielorússia,  causou 14 mortos e mais de 200 feridos. Autoridades excluíram envolvimento  das força políticas no atentado. 

9 Abril - Uma bomba de grande potência engatilhada foi descoberta numa  carrinha estacionada numa estrada da Irlanda do Norte, uma semana depois  de um atentado que matou um polícia católico. Ronan Kerr morreu quando o  seu carro - estacionado em frente a sua casa - explodiu com ele lá dentro.  Foi o segundo polícia assassinado na Irlanda do Norte desde 2009. 

24 Janeiro -  A explosão de uma bomba no aeroporto internacional  Domodedovo de Moscovo, causou 35 mortos e mais de uma centena de feridos.

2010 

30 Dezembro  - Uma bomba explodiu em frente a um tribunal de Atenas provocando  estragos materiais consideráveis. Pouco antes, um outro engenho explosivo  tinha rebentado em Buenos Aires em frente à embaixada da Grécia, causando  estragos menores. Ligado ao movimento anarquista grego, o grupo "Conspiração  das células de fogo" reivindicou os ataques com pacotes armadilhados dirigidos  em novembro a várias embaixadas em Atenas e dirigentes europeus. Estes ataques  provocaram um ferido. 

31 Outubro - Atentado suicida no centro de Istambul causou 22 feridos.  Segundo o responsável da polícia turca, o objetivo do presumível ataque  terrorista era atingir a força policial destacada na praça de Taksim.  

16 Setembro - Pelo menos 12 pessoas foram mortas num atentado à bomba no  sudeste da Turquia. O atentado visou um mini-autocarro na cidade de Hakkari,  junto à fronteira com o Irão e o Iraque. 

24 Junho - Um grupo desconhecido reivindicou o atentado com uma carta  armadilhada que visou o ministro grego encarregado da polícia e matou um  responsável pela segurança do governante.  

22 Junho - Um atentado à bomba em Istambul num autocarro de militares  provocou três mortos e seis feridos. Os rebeldes curdos do Partido dos Trabalhadores  do Curdistão (PKK), uma formação política ilegalizada, havia ameaçado, no  fim-de-semana, lançar ataques em "todas as cidades da Turquia". 

13 Maio - Uma bomba explodiu no exterior da maior prisão grega,  em Atenas, causando ferimentos numa mulher e estragos em edifícios. A polícia  suspeitou de militantes da Luta Revolucionária, grupo esquerdista radical  que se envolveu em ataques semelhantes.  

21 Abril - Uma bomba colocada num automóvel explodiu frente a um  posto da polícia, em Newtownhamilton, no condado de Armagh, na Irlanda do  Norte, provocando três feridos. 

29 Março - Duplo atentado suicida no metropolitano de Moscovo, matou  36 pessoas 

28 Março - Um homem morreu hoje e uma menina de dez anos ficou gravemente  ferida na explosão de uma bomba em frente à escola de formação de funcionários  na zona oeste de Atenas. 

19 Março - Um atentado à bomba na sede em Atenas do grupo neonazi grego  Chryssi Avghi, provocou apenas prejuízos materiais. 

28 Janeiro - Uma bomba incendiária explodiu junto ao escritório do ex-primeiro-ministro  socialista Costas Simitis, no centro de Atenas, provocando apenas pequenos  estragos.O atentado não foi reivindicado.

2009

27 Novembro: Um atentado provocou o descarrilamento do comboio de passageiros  Nevsky Express, que fazia a ligação entre Moscovo e São Petersburgo, matando  28 pessoas.

2 Setembro - Um engenho explosivo de fabrico artesanal explodiu perto da  Bolsa de Atenas, na Grécia, provocando danos materiais.  

9 Agosto - Uma bomba explodiu num restaurante em Palma de Maiorca, nas  ilhas Baleares, depois de a organização separatista armada basca ETA ter  feito um telefonema a avisar.  

29 e 30 Julho - Uma forte explosão nas imediações do quartel da Guarda  Civil espanhola em Palmanova, na ilha de Maiorca, causou a morte de dois  guardas civis. Foi o segundo ataque terrorista em pouco mais de 24 horas,  depois da explosão de um veículo armadilhado contra o quartel residência  da Guarda Civil em Burgos (norte de Espanha), atribuído à ETA, que causou  64 feridos ligeiros e importantes danos materiais.  

Com Lusa