"A sua primeira reação? Ele está contente com a conclusão" do relatório dos especialistas psiquiátricos, afirmou o advogado Geir Lippestad, em declarações aos jornalistas à saída da prisão de Ila, perto de Oslo, após um encontro com Breivik para analisar o conteúdo da nova avaliação.
A avaliação psiquiátrica hoje divulgada refere que Breivik não sofre de psicose e é criminalmente responsável.
Este relatório contradiz os resultados de uma primeira avaliação psiquiátrica oficial, feita em novembro do ano passado, segundo a qual Breivik sofria de "esquizofrenia paranoide", pelo que devia ser internado num estabelecimento psiquiátrico e não julgado num tribunal.
Breivik, que matou 77 pessoas ao abrir fogo contra jovens que participavam num encontro do Partido Trabalhista na ilha de Utoya, perto de Oslo, "não estava psicótico no momento dos factos", anunciou hoje o tribunal de Oslo num comunicado em que resume os resultados da nova avaliação.
Tal como a primeira, esta avaliação tem caráter provisório e exclusivamente consultivo, cabendo aos juízes determinar se Breivik é ou não criminalmente responsável.
Ainda em declarações aos jornalistas, o advogado Geir Lippestad afirmou que o extremista de direita irá utilizar o seu julgamento, cujo início está previsto para a próxima segunda-feira (dia 16), para "lamentar de não ter ido mais longe" nos ataques.
"Será extremamente difícil, será um enorme desafio ouvir as suas explicações", referiu Lippestad.
"Ele não vai apenas defender 1/8os seus atos 3/8, mas também lamentar, penso eu, de não ter ido mais longe" durante os ataques, admitiu o advogado.
Em março, o Ministério Público norueguês acusou formalmente Breivik, de 33 anos, de "ato de terrorismo" e de "homicídios voluntários".
Se for considerado culpado, o acusado incorre numa pena de 21 anos prisão ou de retenção de segurança - uma pena renovável enquanto o preso for considerado perigoso. Caso seja considerado inimputável, pode ser condenado a internamento psiquiátrico, potencialmente para toda a vida.
Behring Breivik reconheceu a autoria dos ataques, mas recusou declarar-se culpado.
Lusa