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Aung San Suu Kyi emocionada ao receber Honoris Causa em Oxford

A líder da oposição birmanesa,  Aung San Suu Kyi, disse hoje estar muito emocionada quando estava a ser  homenageada pela Universidade de Oxford, na cidade onde estudou e formou  a sua família. 

© Andrew Winning / Reuters

"Hoje foi muito comovente", disse Suu Kyi, de 67 anos, num discurso  após ter recebido um doutoramento Honoris Causa em direito civil.  

"Durante aqueles anos difíceis que passei em prisão domiciliária fui  encorajada pelas minhas memórias de Oxford. Elas ajudaram-me a enfrentar  os desafios", adiantou. 

A dirigente da oposição birmanesa recebeu o título das mãos do reitor  da Universidade e antigo governador de Hong Kong, Chris Patten. 

"Defensora inflexível da liberdade, que deu ao seu povo e a todo o mundo  um exemplo de coragem e resistência", declarou Patten sobre Aung San Suu  Kyi antes de lhe entregar o doutoramento, perante mais de mil professores  universitários e estudantes da Universidade onde a prémio Nobel da Paz estudou  política, filosofia e economia em meados dos anos 1960. 

O doutoramento foi atribuído a Suu Kyi em 1993, mas tal como com o Nobel  da Paz que ganhou em 1991, só agora o pode receber, quando efetua a primeira  viagem à Europa em 24 anos. 

  A opositora birmanesa viveu quase duas décadas em Oxford (sul de Inglaterra),  onde criou os seus filhos Alexander e Kim com o seu marido inglês Michael  Aris. 

Em 1988 voltou à Birmânia para cuidar da mãe e só voltou agora à Europa,  após mais de 15 anos de prisão domiciliária durante a ditadura militar e  depois de em abril ter sido eleita deputada. 

 "O caminho não se apresenta fácil, mas Oxford, eu sei, espera o melhor  dos seus", disse no discurso. 

Referindo que gostaria de ver as universidades da Birmânia recuperarem  do que passaram sob o regime dos militares, Aung San Suu Kyi indicou que  ficaria "muito grata" se a sua antiga universidade pudesse ajudar. 

A política birmanesa, que iniciou na quinta-feira uma deslocação à Europa,  tendo estado já na Suíça, Noruega e Irlanda, deve dirigir-se na quinta-feira  ao Parlamento britânico e encontrar-se com o primeiro-ministro, David Cameron,  e com o príncipe Carlos. 

 

Lusa