Clinton instou todos os dirigentes políticos e religiosos a condenar a violência.
"Para nós, para mim, pessoalmente, este vídeo é repugnante e condenável. Parece ter um objetivo profundamente cínico de denegrir uma grande religião e de provocar fúria", disse a chefe da diplomacia norte-americana.
"O governo dos Estados Unidos não tem absolutamente nada a ver com este vídeo. Rejeitamos completamente o seu conteúdo e a sua mensagem", acrescentou.
Clinton sublinhou que "não há nenhuma justificação, absolutamente nenhuma, para responder a este vídeo com violência".
Nos últimos três dias, vários países muçulmanos foram palco de protestos contra o filme "A inocência dos muçulmanos", feito nos Estados Unidos e considerado um insulto ao Islão.
Na terça-feira, o consulado dos Estados Unidos em Benghazi (leste da Líbia) foi alvo de um ataque com armas de fogo que terminou com a morte do embaixador norte-americano, Chris Stevens, e de três funcionários norte-americanos da embaixada.
Hillary Clinton, que falava no lançamento de um diálogo estratégico entre os Estados Unidos e Marrocos, voltou a condenar a violência e afirmou que "todos os dirigentes políticos, dirigentes da sociedade civil e líderes religiosos têm de condenar a violência".
A secretária de Estado considerou "especialmente condenável" que a violência seja dirigida contra missões diplomáticas, "locais cujo verdadeiro propósito é promover um maior entendimento entre países e culturas".
"Todos os governos têm a responsabilidade de proteger esses locais e essas pessoas. Porque atacar uma embaixada é atacar a ideia de que podemos trabalhar juntos por um futuro melhor", disse.
Respondendo às críticas de que os Estados Unidos nada fizeram para impedir que vídeos deste tipo sejam feitos, Clinton evocou a Constituição norte-americana e a Primeira Emenda, que garantem a liberdade de expressão.
"O nosso país tem uma longa tradição de liberdade de expressão, que está consagrada na nossa Constituição e na nossa lei", disse. "Nós não impedimos os nossos cidadãos de exprimir as suas opiniões, por muito desagradáveis que elas sejam".
Lusa