"Pedimos aos que assumirem o testemunho durante a transição e no período seguinte que garantam a resolução dos problemas de direitos humanos e que os tratem como um assunto urgente", indicou a AI num comunicado divulgado em Washington.
"Esperamos que os direitos humanos e o predomínio da lei sejam respeitados durante os momentos de transição", pediu a organização, citada pela EFE.
A AI referiu que denunciou, durante os anos em que Chávez esteve no poder, as ameaças e intimidações a defensores dos direitos humanos, os processos contra críticos do Governo, os abusos policiais, as condições nas prisões ou a violência contra mulheres.
Contudo, a organização reconheceu também que durante os 14 anos de governo de Hugo Chávez se alcançaram progressos com "programas sociais importantes para ajudar os mais vulneráveis" e com a melhoria no acesso à educação, habitação e saúde.
A organização de defesa dos direitos humanos apontou alguns passos que foram dados no sentido de erradicar a violência contra a mulher ou reformar o código de conduta da polícia.
"Apesar destas medidas, o número de violações dos direitos humanos cometidas pela polícia continua a ser elevado e a segurança continua a ser uma grande preocupação em todo o país", indicou a AI, acrescentando que essa violência se estende às prisões.
A Amnistia criticou a perseguição a jornalistas na Venezuela, as intimidações à oposição e as tentativas de escapar ao escrutínio de organismos internacionais.
Hugo Chávez morreu na terça-feira em Caracas, quase três meses depois de ter sido operado pela quarta vez a um cancro, a 11 de dezembro de 2012, em Havana, e quase cinco meses depois de ter sido reeleito para o seu terceiro mandato, em 07 de outubro.
Chávez, que morreu com 58 anos, regressou à Venezuela em 18 de fevereiro, ficou internado no Hospital Militar de Caracas e não chegou a tomar posse como Presidente, ficando o lugar assegurado pelo vice-presidente, Nicolás Maduro, numa decisão autorizada pela Justiça venezuelana apesar dos protestos da oposição.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela anunciou que Nicolás Maduro assumirá formalmente as funções de Presidente interino e que dentro de 30 dias haverá eleições.
Lusa