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Papa aprova decreto que endurece sanções para todos os abusos contra menores

O papa assinou hoje um decreto  que endurece as sanções penais para todos os abusos contra os menores na  Santa Sé e na Cúria (Governo do Vaticano), incluindo os crimes de pedofilia  e prostituição de menores, divulgou o Vaticano em comunicado. 

© Alessandro Bianchi / Reuters

O texto, que introduz também uma lei contra a tortura, inclui "todas  as categorias de crimes contra os menores: a venda, a prostituição, o recrutamento  e as violências sexuais, a pornografia infantil, a posse de material de  pornografia infantil e o ato sexual com menores". 

Em abril, o papa pediu ações "com determinação" contra os abusos sexuais  cometidos por membros do clero. Foi a primeira vez que o papa argentino se expressou publicamente e  diretamente sobre os abusos sexuais sofridos durante décadas por dezenas  de milhares de crianças. 

Além disso, a nova legislação do Vaticano prevê a possibilidade de os  tribunais da Santa Sé julgarem "os delitos cometidos contra a segurança,  os interesses fundamentais e o património da Santa Sé". Também são introduzidas na legislação as quatro convenções de Genebra  contra os crimes de guerra, a convenção internacional sobre a eliminação  de toda a forma de discriminação racial, a convenção contra a tortura e  o tratamento não humanitário e degradante, e a convenção de 1989 sobre os  direitos da criança. 

O decreto do papa prevê também "a adoção de medidas de cooperação adaptadas  às mais recentes convenções internacionais" no âmbito judicial entre o Vaticano  e os outros Estados. "No nosso tempo, o bem comum está cada vez mais ameaçado pela criminalidade  transnacional e organizada, pela utilização inapropriada do mercado, da  economia" e ainda pelo terrorismo, sublinhou o papa no preâmbulo do decreto.

O papa aboliu a pena de prisão perpétua, que será substituída pela prisão  de, no máximo, 30 a 35 anos. Todas estas leis irão entrar em vigor a partir de 01 de setembro. 

 

     

Lusa