Angela Merkel considerou, nomeadamente, que "as empresas da internet, o Facebook, o Google, e outras sejam obrigadas a indicar nos países europeus a quem transmitem os dados" dos seus utilizadores. Uma tal medida, defendeu, deveria "fazer parte de um acordo europeu sobre a proteção de dados".
Na entrevista ao canal público alemão ARD, Angela Merkel destacou os resultados da viagem a Washington esta semana do ministro do Interior alemão, Hans-Peter Friedrich, para obter esclarecimentos do governo norte-americano após a revelação da existência de um programa mundial de vigilância de comunicações eletrónicas pelos Estados Unidos.
"Foi dito claramente ao ministro do Interior que não havia espionagem industrial visando empresas alemãs", assegurou Angela Merkel, acrescentando que a Alemanha está disponível para trabalhar "em conjunto 1/8com os Estados Unidos 3/8 contra o terrorismo, mas é preciso garantir, por outro lado, a proteção de dados dos cidadãos".
As revelações do ex-consultor da Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA) Edward Snowden sobre o programa de vigilância dos Estados Unidos suscitaram muitas emoções na Alemanha, um país marcado por duas ditaduras -- o nacional-socialismo e, depois, o comunismo na antiga Alemanha de Leste -- que incitaram à espionagem dos cidadãos.
A dois meses das eleições legislativas na Alemanha, a oposição acusa Merkel de ter conhecimento de espionagem contra cidadãos alemães.
Ainda durante a entrevista, a responsável alemã reafirmou a sua intenção de reforçar a sua coligação de centro-direita após as eleições de setembro, mas deixou em aberto a possibilidade de uma aliança com o partido "Os Verdes".
Lusa