"Pensamos que as duas partes (egípcias) deverão fazer cedências (...). Nós não acreditamos, de maneira nenhuma, que o tempo para o diálogo tenha passado", declarou a porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Jennifer Psaki.
O Governo egípcio pediu hoje aos apoiantes do Presidente islamita deposto no início de julho pelo Exército, Mohamed Morsi, que dispersem "rapidamente" das duas praças do Cairo que neste momento ocupam, ameaçando expulsá-los pela força após o Ramadão, que termina hoje ao fim do dia.
Esta ameaça foi feita depois do anúncio pelo novo poder, instalado pelo Exército, do fracasso das tentativas internacionais de mediação conduzidas pelo secretário de Estado adjunto, William Burns, que hoje regressou a Washington.
A porta-voz do departamento de Estado expressou as "preocupações" dos Estados Unidos a propósito deste fracasso anunciado pela Presidência egípcia, embora sublinhando "a esperança de que o diálogo continue".
Em contrapartida, recusou-se a comentar as afirmações feitas na terça-feira, no Cairo, pelo senador republicano John McCain, que classificou a destituição do Presidente Morsi pelo Exército como "um golpe de Estado".
O Governo norte-americano está a evitar cuidadosamente a utilização desta expressão há um mês, para não ter de cortar a sua ajudar militar de 1,3 mil milhões de dólares por ano ao Egito: a lei norte-americana prevê, de facto, que qualquer ajuda deverá ser suspensa em caso de derrube de um Governo pelo Exército.
"Não vou analisar os comentários 1/8do senhor McCain 3/8. Tínhamos o secretário de Estado adjunto Burns no terreno. Ele representava o Governo norte-americano", respondeu Jennifer Psaki.
Lusa