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Portal WikiLeaks diz que sentença de Manning é uma "vitória estratégica significativa" 

O WikiLeaks qualificou hoje como "uma vitória  estratégica significativa" a condenação de Bradley Manning, acusado de entregar  documentos secretos ao portal, a 35 anos de prisão, uma vez que a pena poderá  ser eventualmente reduzida.  

© Kevin Lamarque / Reuters

"Vitória estratégica significativa no caso Bradley Manning. Bradley  Manning é a partir de agora elegível a uma liberdade condicional em menos  de nove anos, 4,4 anos segundo um outro cálculo", reagiu o portal WikiLeaks  na sua conta na rede social Twitter.  

Um tribunal militar norte-americano condenou hoje Manning a 35 anos  de prisão, bem como deliberou a expulsão do jovem do exército por "desonra".

De acordo com o portal, a sentença poderá ser, no entanto, reduzida  por bom comportamento, após o condenado ter cumprido um terço da pena. 

Se o sistema decidir favoravelmente, Bradley Manning poderá sair da  prisão após nove anos. 

Manning, que era analista de dados no Iraque, foi julgado e considerado  culpado de violar leis sobre segurança nacional dos Estados Unidos, roubo  de informação governamental e abuso de funções, mas foi absolvido da acusação  de "ajuda ao inimigo". 

O soldado de 25 anos, responsável pela maior fuga de informação da história  norte-americana ao ter roubado 700.000 documentos militares e diplomáticos  classificados, arriscava-se a uma pena máxima de 90 anos. 

O procurador militar exigiu uma pena mínima de 60 anos de prisão, enquanto  a defesa de Manning pediu que a pena não excedesse os 25 anos, o período  necessário para que os documentos divulgados passem à categoria de desclassificados.

Uma das primeiras reações internacionais à sentença veio da Rússia.

Para as autoridades de Moscovo, a condenação do soldado a 35 anos de  prisão foi uma decisão "dura injustificada". 

"É bastante frequente ouvir por parte das autoridades norte-americanas  críticas sobre as decisões judiciais de outros países (...), mas quando  são questões que estão relacionadas com os interesses americanos, a justiça  norte-americana assume, como no caso de Manning, uma decisão dura injustificada",  afirmou a diplomacia russa, num comunicado. 

"Um tal uso de dois pesos e duas medidas sobre um assunto preeminente  como os direitos humanos revela, uma vez mais, que os Estados Unidos não  podem reivindicar a liderança nesta importante área", acrescentou o Ministério  dos Negócios Estrangeiros russo. 

Lusa