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Tribunal do Cairo manda encerrar Al-Jazira e televisão da Irmandade Muçulmana

Um tribunal do Cairo ordenou hoje o encerramento da antena da Al-Jazira no Egito e três outras televisões islamitas, incluindo a Ahrar 25, da Irmandade Muçulmana, segundo fontes judiciais citadas pelas agências internacionais. Os outros canais a encerrar são as emissoras islamitas Al-Yarmuk e Al-Quds, segundo a decisão do tribunal.

© Mohamed Abd El Ghany / Reuters

Segundo as fontes, as cadeias televisivas "não tinham as autorizações  necessárias" e difundiram informações "incorretas que prejudicam o país  e todos os egípcios". 

As emissões da rede Ahrar 25 e de outras cadeias islamitas tinham sido  interrompidas algumas horas após a destituição e detenção do presidente  islamita Mohamed Morsi pelo exército, a 03 de julho, ação denunciada na  altura por várias organizações de direitos humanos. 

A Al-Jazira denunciou recentemente o que considera ser "uma campanha"  contra si, depois de as suas instalações terem sido revistadas na sequência  da difusão de um vídeo no qual Morsi se afirmava como o único presidente  "legítimo" do Egito, logo após a sua destituição pelos militares. 

No domingo, três jornalistas estrangeiros independentes que trabalhavam  para a Al-Jazira em inglês foram expulsos do Egito, enquanto os escritórios  da estação de televisão no país voltaram a ser revistados e diverso material  foi apreendido. 

Um correspondente da Al-Jazira em língua árabe e um operador de câmara  estiveram detidos durante mais de um mês, segundo a cadeia de televisão.

As autoridades e os media locais acusam a Al-Jazira de fazer uma cobertura  parcial das manifestações e dos confrontos que se seguiram à destituição  do Mohamed Morsi. 

As críticas das autoridades alargam-se a toda a imprensa estrangeira.

Na segunda-feira, a justiça já tinha ordenado o encerramento definitivo  da cadeia islamita al-Hafez por "atentado à unidade nacional" e incitação  ao ódio contra os cristãos.