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Amnistia pede aos líderes do G20 que trabalhem juntos para "salvar vidas" na Síria

A organização Amnistia Internacional (AI)  apelou hoje aos líderes das maiores potências mundiais (G20) reunidos em  São Petersburgo, Rússia, para trabalharem juntos para "salvar vidas" na  Síria. 

Mohammad Hannon

"Se trabalharem juntos, estes países poderosos podem e devem encontrar  um plano de ação para aliviar a atual crise humanitária" na Síria, afirmou  o secretário-geral da organização internacional de defesa dos direitos humanos,  Salil Shetty, citado num comunicado. 

Evitar o sofrimento de milhões de civis afetados pelo conflito armado  na Síria deve ser uma "prioridade absoluta" para os líderes mundiais, referiu  a AI. 

"Milhões de pessoas estão deslocadas ou abandonaram a Síria até ao momento,  criando uma crise humanitária com uma dimensão nunca conhecida na história  recente", disse a organização. 

Para a Amnistia, os países do G20 (grupo dos países mais ricos do mundo  e das potências emergentes) "não devem deixar passar a oportunidade de trabalharem  juntos para tentar evitar uma maior escalada desta crise". 

O conflito sírio "é um teste para o sistema de governação global" e  obriga a que tanto o grupo do G20 como as Nações Unidas "provem que estão  preparados para lidar com desafios como este", referiu Shetty. 

O secretário-geral da AI sublinhou que é urgente dar passos para "assegurar  que as partes do conflito armado permitam o acesso das organizações humanitárias  ao país". 

Salil Shetty pediu também maiores esforços para apoiar os refugiados  sírios, bem como "uma responsabilidade partilhada para investigar e perseguir  os crimes contra a humanidade" que possam ter ocorrido durante o conflito.

A cimeira do G20, que arrancou hoje em São Petersburgo, está a ser dominada  pelas tensões provocadas pela intenção do Presidente norte-americano, Barack  Obama, de realizar uma ação militar "limitada" na Síria, em retaliação ao  ataque com armas químicas do passado dia 21 de agosto nos arredores de Damasco.

Washington responsabiliza o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad,  pelo ataque, que terá provocado 1.429 mortos, incluindo 426 crianças, de  acordo com os serviços de informações dos Estados Unidos. 

Inicialmente, a questão síria não fazia parte da agenda oficial do encontro  do G20, que termina na sexta-feira, mas o Presidente russo, Vladimir Putin,  propôs hoje que os Estados debatam, durante o jantar, a situação na Síria.

De acordo com os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os  Refugiados (ACNUR), o conflito sírio já provocou mais de dois milhões de  refugiados. 

Os mesmos dados indicam que existem 4,25 milhões de pessoas deslocadas  no interior da Síria. 

O conflito na Síria já provocou mais de 110 mil mortos desde março de  2011, de acordo com as Nações Unidas.

Lusa