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França apresentará hoje proposta aobre Síria ao Conselho de Segurança da ONU

França apresentará hoje ao Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) um projeto de resolução para concretizar a proposta russa de colocar sob controlo internacional o arsenal químico da Síria, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês.

© Charles Platiau / Reuters

Em conferência de imprensa, Laurent Fabius indicou que o texto começará  por condenar o massacre do passado dia 21 de agosto nas imediações de Damasco,  exigirá que seja sancionado e pedirá ao regime sírio que esclareça qual  o seu armamento químico e o ponha "à completa disposição" da comunidade  internacional. 

O projeto francês, segundo precisou, será submetido ao abrigo do capítulo  7 da Carta das Nações Unidas, que prevê "consequências extremamente sérias"  em caso de violação das suas disposições. 

O anúncio de Fabius foi feito após uma reunião do chefe da diplomacia  francesa com o Presidente François Hollande e surge após a gestão da crise  na Síria ter assumido uma nova orientação com a proposta lançada na segunda-feira  pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov. 

"As coisas mudaram desde segunda-feira e ainda bem 1/8... 3/8. Há que aceitar  a mão que se nos oferece, seja qual for a interpretação, mas não cair na  armadilha", disse Fabius, que sublinhou a necessidade de estar "extremamente  vigilante" para evitar qualquer "manobra dilatória". 

Será necessário, segundo palavras do ministro, que os primeiros compromissos  sírios "sejam quase imediatos e comecem com a adesão do país à Organização  para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ)". 

"Fazem falta resultados rápidos", acrescentou, deixando claro que o  objetivo da França foi desde o início "a eliminação da ameaça química e  a proteção do povo sírio". 

O ministro francês ressalvou ainda que "todas as opções continuam sobre  a mesa" e considerou que a mudança de atitude russa se deve em parte à firmeza  demonstrada pela comunidade internacional nesta matéria. 

"Mesmo não querendo fazer interpretações, também pode dever-se ao facto  de que se aproxima o momento no qual o relatório das Nações Unidas vai demonstrar  que o massacre químico infelizmente é evidente e que o regime é o responsável",  disse. 

Para Fabius, a única maneira de evitar um novo ataque químico é garantir  que o armamento está sob controlo e é destruído. 

Explicou que, com esse objetivo, está em contacto permanente com os  restantes membros do Conselho de Segurança.

Fabius terá hoje entrevistas telefónicas com o secretário de Estado  norte-americano John Kerry e com os seus homólogos chinês e russo.  

Adiantou ainda que no final da semana irá à China e "um pouco mais tarde"  à Rússia.