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Rebeldes sírios rejeitam acordo entre EUA e Rússia

O chefe dos rebeldes do Exército Livre Sírio  rejeitou hoje o acordo entre os EUA e a Rússia para a eliminação das armas  químicas na Síria até meados de 2014.  

© Stringer . / Reuters

"Não podemos aceitar qualquer parte desta iniciativa. Nós, Exército  Livre Sírio, estamos despreocupados com a implementação de qualquer parte  deste acordo. Eu e os meus camaradas de armas vamos continuar a lutar até  que o regime cair", disse o general Selim Idriss aos jornalistas em Instambul.

Idriss falava logo após o anúncio do acordo alcançado entre os EUA e  a Rússia quanto a um plano de eliminação das armas químicas sírias que dá  uma semana a Damasco para apresentar a lista destas armas e prevê a adoção  de uma resolução da ONU. 

"Devemos nós sírios esperar até meados de 2014, continuando a sermos  assassinados diariamente, e a aceitar  1/8o acordo 3/8, só porque as armas químicas  serão destruídas em 2014", questionou Idriss. 

O general frisou respeitar "os amigos" (na comunidade internacional)  e esperar que esta entenda a posição do seu exército. 

"Não podemos aceitar esta iniciativa, porque ela ignora os massacres  do nosso povo", sustentou. 

O acordo russo-norte-americano surge depois da ameaça de ataque ao regime  do presidente sírio Bashar al-Assad pelos EUA e França por aquele ter alegadamente  usado armas químicas no massacre perto de Damasco que matou centenas de  pessoas a 21 de agosto. 

Já Damasco responsabilizou os rebeldes pelo ataque. 

Os planos de ataque foram adiados depois de a Rússia ter proposto a  sujeição das armas químicas da Síria a supervisão internacional, com a qual  Assad concordou. 

Idriss também acusou a Rússia de conspirar com Damasco para encontrar  uma saída segura para Assad.  

"Ao concordar entregar as armas, o regime reconheceu o seu crime. Então  devem as armas serem entregues, sem se entregar o criminoso? Apelo que Bashar  al-Assad seja levado hoje ao Tribunal Penal Internacional, porque ele é  um criminoso", sublinhou. 

Os EUA e a Rússia chegaram hoje a acordo sobre um plano de eliminação  das armas químicas sírias que dá uma semana a Damasco para apresentar a  lista destas armas e prevê a adoção de uma resolução da ONU. 

Os Estados Unidos e a Rússia "estão de acordo que a resolução da ONU  se refira ao capítulo 07 sobre o recurso à força", anunciou hoje em Genebra  o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ao fim de três dias  de discussões com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, em Genebra. 

Segundo o acordo agora alcançado, inspetores deverão estar no terreno,  na Síria, até novembro, com o objetivo de eliminar as armas químicas do  país até meados de 2014, acrescentou Kerry. 

Numa conferência conjunta com Lavrov, Kerry afirmou que, se o plano  for implementado na totalidade  pode "acabar com a ameaça que as armas químicas  colocam, não só ao povo sírio, mas também aos seus vizinhos". 

Na mesma ocasião, Lavrov disse que o encontro que hoje terminou alcançou  o objetivo definido pelos presidentes dos dois países na cimeira do G20.

 

    Lusa