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Nobel da Paz é hoje anunciado, ativista paquistanesa e médico congolês são favoritos 

O Nobel da Paz, a distinção que gera mais especulação,  é hoje anunciado em Oslo, Noruega, com a edição de 2013 a ser marcada pelo  favoritismo da jovem ativista paquistanesa Malala Yousafzai e do médico congolês Denis Mukwege. 

(Reuters/Arquivo)
© Stringer . / Reuters

O Comité Nobel norueguês, que atribui o Nobel da Paz, confirmou que  recebeu este ano um número recorde de candidaturas, 259. 

Vários especialistas em prémios Nobel apresentam como favorita Malala  Yousafzai, que foi galardoada na quinta-feira com o prémio Sakharov para  a liberdade de pensamento do Parlamento Europeu. 

A jovem paquistanesa, que sobreviveu a uma bala disparada à cabeça por  talibãs, há um ano, tornou-se numa figura planetária do direito das mulheres  à educação perante o extremismo religioso. 

Para o diretor do Instituto para a Investigação sobre a Paz (Prio) em  Oslo, Kristian Berg Harpviken, a possível atribuição do prémio a Malala  seria "um símbolo do direito das mulheres e das crianças à educação e à  segurança, mas também do combate contra o extremismo e da opressão". 

Na opinião de outros especialistas, a juventude é o fator que poderá  impedir esta escolha. 

Caso seja distinguida, Malala Yousafzai, de 16 anos, será a laureada  mais jovem da história dos prémios Nobel. 

Habitual nas "nomeações" ao Nobel da Paz, o ginecologista Denis Mukwege,  especializado no tratamento de vítimas de violações na República Democrática  do Congo (RDCongo), é outros dos favoritos. 

No seu país natal, o médico, alvo de uma tentativa de homicídio em outubro  de 2012, cuida todos os anos de milhares de raparigas e mulheres violadas,  usadas como arma de guerra por diferentes grupos armados.  

Entre os outros potenciais candidatos, estão ainda as ativistas russas  Lioudmila Alexeeva, Svetlana Gannouchkina e Lilia Chibanova, a organização  não-governamental Memorial e o militante bielorrusso Ales Beliatski, atualmente  detido e que recebeu recentemente o primeiro prémio Vaclav Havel do Conselho  da Europa.  

Também propostos para o Nobel da Paz foram o informático Edward Snowden,  procurado pela justiça norte-americana por ter denunciado a espionagem de  comunicações de vários países por Washington, e Bradley Manning, o militar  norte-americano condenado a 35 anos de cadeia por divulgar documentos secretos.

Entre as figuras internacionais distinguidas em anos recentes com este  galardão constam Barack Obama (2009), Kofi Annan (2001), Ximenes Belo e  José Ramos-Horta (1996), Nelson Mandela e Frederik Klerk (1993) e Aung San  Suu Kyi (1991). 

O prémio consiste numa medalha de ouro, um diploma e um cheque de cerca  de 920.000 euros. 

O Nobel da Paz é o único que se anuncia e entrega fora de Estocolmo,  por decisão expressa do fundador dos prémios, o magnata sueco Alfred Nobel,  já que na altura tempo a Noruega fazia parte do Reino da Suécia. 

O anúncio está previsto para as 11:00 locais (10:00 hora de Lisboa).

Lusa