O Comité Nobel norueguês destaca o trabalho na eliminação das armas químicas desta organização. A Organização para a Proibição das Armas Químicas foi criada em 1997 e tem como finalidade garantir que a Convenção de Armas Químicas seja cumprida.
"Os recentes acontecimentos na Síria, onde voltaram a ser usadas armas químicas, tornaram evidente a necessidade de aumentar os esforços para eliminar estas armas", afirmou Thorbjorn Jagland, secretário do Comité Nobel.
O Comité refere ainda que o desarmamento é uma das principais preocupações do testamento do criador do prémio, o químico e industrial sueco Alfred Nobel (1833-1896), preocupação que se refletiu na escolha de numerosos laureados.
Desconhecida do grande público, é uma organização independente e tem agora, numa missão conjunta com a ONU, o objetivo de monitorizar a destruição do arsenal químico na Síria. Considerada a mais desafiadora missão desde que foi criada, a OIAC já ajudou na erradicação das armas usadas pelos nazis na Segunda Grande Guerra. Nos últimos anos, identificou os arsenais químicos de países como a Albânia, a Índia, a Líbia, a Rússia, os Estados Unidos e, implicitamente, a Coreia do Norte.
Hoje a organização com sede em Haia, na Holanda, integra perto de 190 países que assinaram a convenção para a erradicação das armas químicas no mundo.
Ao longo da História, estas armas têm sido usadas, em diferentes ocasiões, por Estados e terroristas. Em 1992-93, foi definida uma convenção de proibição ao nível da produção e do armazenamento, que entrou em vigor em 1997.
A guerra civil da Síria, onde os peritos da Organização para a Proibição das Armas Químicas pensam existirem cerca de mil toneladas de gás sarin e mostarda e outras armas químicas, veio sublinhar a necessidade de reforçar o trabalho de erradicação destas armas.
Alguns países - Angola, Coreia do Norte, Egito, Somália e Síria - ainda não assinaram a Convenção, outros não respeitaram o prazo, a abril de 2012, para destruir armas químicas, o que se aplica especialmente aos Estados Unidos e Rússia.
O Nobel da Paz é o único atribuído fora de Estocolmo, de acordo com a decisão de Alfred Nobel, já que na época a Noruega integrava o Reino da Suécia.
A entrega dos Nobel realiza-se, de acordo com a tradição, em duas cerimónias paralelas, a 10 de dezembro, em Oslo para o prémio da Paz e em Estocolmo para os restantes, data de aniversário da morte do químico e industrial sueco.
Com Lusa