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Organização para a Proibição das Armas Químicas vence Nobel da Paz 2013

Está confirmado, a Organização para a Proibição das Armas Químicas venceu Nobel da Paz de 2013. O anúncio oficial foi feito esta manhã em Oslo e fica marcado por uma fuga de informação: uma hora antes, a televisão estatal norueguesa NRK já avançava que a organização independente, que tem atualmente em mãos a destruição do arsenal sírio, iria vencer o galardão este ano.

Sede da Organização para a Proibição das Armas Químicas em Haia (AP/Arquivo)
Peter Dejong
Momento do anúncio do vencedor do Nobel da Paz (Reuters)
© Norsk Telegrambyra AS / Reuters
Imagem de um simulacro de ataque com armas químicas organizado pela Organização para a Interdição das Armas Químicas, na Croácia (Reuters/Arquivo)
© Reuters Photographer / Reuters
A Organização para a Interdição das Armas Químicas foi criada em 1997 (Reuters/Arquivo)
© Jasper Juinen / Reuters
O atual diretor-geral da Organização para a Interdição das Armas Químicas, Ahmet Uzumcu (Reuters/Arquivo)
© United Photos / Reuters

O Comité Nobel norueguês destaca o trabalho na eliminação das armas químicas desta organização. A Organização para a Proibição das Armas Químicas foi criada em 1997 e tem como finalidade garantir que a Convenção de Armas Químicas seja cumprida.

"Os recentes acontecimentos na Síria, onde voltaram a ser usadas armas  químicas, tornaram evidente a necessidade de aumentar os esforços para eliminar  estas armas", afirmou Thorbjorn Jagland, secretário do Comité Nobel.

O Comité refere ainda que o desarmamento é uma das principais preocupações  do testamento do criador do prémio, o químico e industrial sueco Alfred  Nobel (1833-1896), preocupação que se refletiu na escolha de numerosos laureados.

Desconhecida do grande público, é uma organização independente e tem agora, numa missão conjunta com a ONU, o objetivo de monitorizar a destruição do arsenal químico na Síria. Considerada a mais desafiadora missão desde que foi criada, a OIAC já ajudou na erradicação das armas usadas pelos nazis na Segunda Grande Guerra. Nos últimos anos, identificou os arsenais químicos de países como a Albânia, a Índia, a Líbia, a Rússia, os Estados Unidos e, implicitamente, a Coreia do Norte.

Hoje a organização com sede em Haia, na Holanda, integra perto de 190 países que assinaram a convenção para a erradicação das armas químicas no mundo.

Ao longo da História, estas armas têm sido usadas, em diferentes ocasiões,  por Estados e terroristas. Em 1992-93, foi definida uma convenção de proibição  ao nível da produção e do armazenamento, que entrou em vigor em 1997.  

A guerra civil da Síria, onde os peritos da Organização para a Proibição das Armas Químicas pensam existirem cerca  de mil toneladas de gás sarin e mostarda e outras armas químicas, veio sublinhar  a necessidade de reforçar o trabalho de erradicação destas armas.  

Alguns países - Angola, Coreia do Norte, Egito, Somália e Síria - ainda não assinaram a Convenção, outros não respeitaram  o prazo, a abril de 2012, para destruir armas químicas, o que se aplica  especialmente aos Estados Unidos e Rússia.  

O Nobel da Paz é o único atribuído fora de Estocolmo, de acordo com  a decisão de Alfred Nobel, já que na época a Noruega integrava o Reino da  Suécia.  

A entrega dos Nobel realiza-se, de acordo com a tradição, em duas cerimónias  paralelas, a 10 de dezembro, em Oslo para o prémio da Paz e em Estocolmo  para os restantes, data de aniversário da morte do químico e industrial  sueco.  

Com Lusa