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Livro do Papa propõe melhoria das relações com Deus, o mundo e os homens

O livro "Mente aberta, Coração crente", de Jorge Bergoglio, atual Papa Francisco, apresenta a vida cristã, "orientada para melhorar a vida nas relações com Deus, o mundo e os homens", segundo monsenhor Arancedo, que escreveu o prefácio da obra.

© POOL New / Reuters

José María Arancedo, arcebispo de Santa Fé da Vera Cruz, autor do prólogo  do livro, identifica-o como "fruto da experiência" de Bergoglio, após "um  longo caminho de reflexão, preleções e retiros espirituais". 

Neste livro, Jorge Bergoglio, eleito papa em março passado, "partilha  estas experiências para as propor como um serviço de seguimento a Jesus  Cristo", afirma monsenhor Arancedo, no prólogo, salientando que muitos destes  textos surgiram de um "contexto de retiro espiritual". 

Para o atual papa, realça o arcebispo argentino, "nada fica de fora  da presença e da palavra de Jesus Cristo" e acrescenta, "a Bíblia, especialmente nos ensinamentos de Jesus, aparece como algo muito próximo do humano".

Arancelo afirma que esta obra "apresenta a figura e as palavras de Jesus  como uma caminho que é humano e divino", sendo que o "divino não se afasta  do humano, antes o supõe, o liberta e lhe dá plenitude". 

O livro, editado pela Nascente, propõe "uma leitura meditada e orientada  para o crescimento espiritual". 

No final de cada texto, Jorge Bergoglio acrescenta uma reflexão que  intitula "para orar e aprofundar", um convite direto ao leitor para também  ele se envolver na temática abordada, um postulado "pedagógico", como se  lhe refere Arancedo. 

O livro divide-se em quatro partes: a primeira é "um encontro com Jesus  Cristo", através dos Evangelhos, "a vida e a palavra de Jesus" ocupa a segunda,  a terceira "fala da vida concreta da Igreja", e a quarta "é dedicada à oração  sob o ponto de vista da nossa realidade concreta".   

"A fé e a oração são os dois eixos que dão unidade e consistência a  esta obra", sublinha Arancedo. 

Sobre a terceira parte, o arcebispo de Santa Fé da Vera Cruz convida  a uma "leitura pausada, que permita descobrirmos e amarmos esta Igreja,  na sua roupagem tantas vezes tão frágil que nos desconcerta". 

O arcebispo argentino realça a erudicidade de Bergoglio, a sua formação  jesuítica que se nota como "recria as circunstâncias e o lugar em que Jesus  se encontra com a diversas pessoas", "a familiaridade com os textos bíblicos",  os conhecimentos sobre a língua e a literatura, o gosto pelos clássicos  e o conhecimento e utilização de textos, entre outros, de Romano Gaurdini  e Hans Urs von Baltasar. 

Esta obra foi publicada originalmente, no ano passado, antes da escolha  do cardeal de Buenos Aires, Jorge Bergoglio, para suceder ao papa Bento  XVI que resignou.