O relatório, apresentado na quinta-feira pelo responsável do grupo, o sueco Ake Sellstrom, menciona "provas credíveis" e "provas consistentes com o provável uso de armas químicas" que parecem provar o uso deste armamento em cinco dos sete locais inspecionados: Ghouta, Khan Al Asal, Jobar, Saraqueb e Ashrafieh Sahnaya.
Os inspetores da ONU adiantaram que não provaram o uso de armas químicas em Bahhariyeh e Sheik Maqsood.
A equipa analisou sete das 16 acusações, por não ter recebido "informação suficientemente credível", justifica o documento.
Ao receber o relatório, Ban Ki-moon não falou sobre o seu conteúdo, mas disse que o uso de armas químicas "é uma grave violação do Direito Internacional" e realçou o compromisso, alcançado em setembro, para eliminar o arsenal químico do Governo sírio.
O relatório "conclui que foram usadas armas químicas no conflito em curso na Síria", mas não aponta responsáveis pelo seu uso, por isso extravasar o mandato dos inspetores.
O documento confirma o que se dizia no relatório preliminar, entregue a Ban Ki-moon no dia 16 de setembro, a propósito do massacre com armas químicas realizado, segundo os ocidentais, pelas forças do regime em 21 de agosto.
A missão "recolheu provas flagrantes e convincentes da utilização de armas químicas contra civis, entre os quais crianças, a uma escala relativamente larga, na região de Ghouta, Damasco, em 21 de agosto".
Sobre Khan al-Assal, onde o regime e a oposição se acusam mutuamente de usar armas químicas, a missão "recolheu informações credíveis que corroboram as acusações de utilização de armas químicas, em 19 de março de 2013, contra soldados e civis".
Em Jobar, perto de Damasco, foram recolhidas "provas concordantes com a utilização provável de armas químicas, em 24 de agosto de 2013, a uma escala relativamente fraca contra os soldados", mas sem informações fiáveis quanto ao sistema de lançamento destas armas.
No noroeste da Síria, em Saraqeb, "as provas recolhidas sugerem que foram utilizadas armas químicas em 24 de agosto, em fraca escala, contra civis".
Perto de Damasco, em Achrafié Sahnaya, os indícios recolhidos -- por norma, testemunhos, resíduos de munições, amostras de terra e sangue -- "sugerem" a utilização de armas químicas, em 25 de agosto, "em fraca escala, contra soldados".
Por fim, tanto sobre os alegados ataques em Bahhariyé, em 22 de agosto, como em Cheikh Maqsoud, em 13 de abril, os inspetores "não puderam corroborar as acusações" sobre o recurso a armas químicas.
O relatório de 82 páginas, que inclui anexos técnicos, foi transmitido aos membros do Conselho de Segurança da ONU, que o devem examinar na segunda-feira.
Lusa