Nenhum acordo entre Moscovo e Kiev "responderá às inquietações" exprimidas na rua na Ucrânia, declarou o porta-voz da presidência norte-americana, Jay Carney, apelando às autoridades ucranianas para fomentarem o "diálogo" com os manifestantes. "Exortamos o governo ucraniano a escutar o seu povo e encontrar a forma de encontrar o caminho para um futuro europeu pacífico, justo, democrático e próspero, ao qual os cidadãos ucranianos aspiram", disse Carney.
A Rússia e a Ucrânia assinaram hoje um acordo que visa remover obstáculos comerciais entre os dois países vizinhos e potenciar os laços económicos, após negociações no Kremlin entre os presidentes dos dois países vizinhos.
O acordo sobre a "retirada de limitações comerciais" para 2013 e 2014 foi assinado pelo ministro da Economia russo, Alexei Ulyukayev, e pelo seu homólogo ucraniano, Igor Prasulov, noticiou hoje a agência noticiosa AFP.
Este acordo foi assinado juntamente com outros documentos, após negociações entre o Presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, e o Presidente russo, Vladimir Putin, enquanto a oposição ucraniana contesta em Kiev o abandono de um acordo de associação com a União Europeia.
Vladimir Putin anunciou que a Rússia concordou apoiar a economia da Ucrânia, que atravessa dificuldades, com um investimento de 15 mil milhões de dólares nos títulos do governo da antiga república soviética. Este valor será aplicado nas obrigações a emitir pela Ucrânia este ano e no próximo.
O Chefe de Estado russo anunciou ainda que as empresas de energia estatais da Rússia e da Ucrânia acordaram reduzir em um terço o preço que Moscovo cobra pelo gás natural ao seu país vizinho.
Nos últimos dias, milhares de manifestantes em Kiev têm desafiado as ordens das autoridades, cercando edifícios governamentais em protesto contra a suspensão das negociações para a assinatura de um pacto comercial e político com a União Europeia.
Lusa