O responsável das Nações Unidas falava depois de ser conhecida a demissão do presidente e do primeiro-ministro da antiga colónia francesa.
Aquela força, a Misca, deve integrar 6.000 homens, mas a União Africana ainda só conseguiu reunir 3.500 soldados, 1.200 dos quais são do Chade.
A França enviou 1.600 militares para a RCA, que mergulhou no caos desde o golpe de Estado de março realizado pela coligação rebelde Séléka, com origem na minoria muçulmana, que afastou o Presidente François Bozizé e deixou como presidente de transição Michel Djotodia.
Primeiro presidente muçulmano de um país maioritariamente cristão, Djotodia e o seu primeiro-ministro, Nicolas Tiangaye, apresentaram hoje a demissão e Ban Ki-moon considerou ser necessária uma ação rápida para restaurar a ordem na RCA.
O presidente de transição foi convocado para uma cimeira dos dirigentes da África Central, em N'Djamena, e confrontado com a sua incapacidade para lidar com a violência entre muçulmanos e cristão que, segundo a Federação Internacional dos Direitos Humanos, fez mais de mil mortos no mês passado.
Segundo Ban, a situação na RCA foi "de mal a pior" e é preciso "reforçar a missão (...) e fazer mais para prevenir que a espiral de violência se alargue".
A propósito das demissões anunciadas hoje, o secretário-geral da ONU pediu ainda "a todos os atores políticos" da RCA para "trabalharem com urgência para restaurar a segurança e a ordem públicas".
"Infelizmente não existe um governo a funcionar", disse Ban, alertando que "existe um limite para a comunidade internacional e para as Nações Unidas quando não há um governo e instituições em funcionamento".
Lusa