Os Estados Unidos, Reino Unido e França, que defendem a saída do Presidente sírio Bashar al-Assad, colocaram como condição fundamental, à participação do Irão na conferência, o apoio a uma transição democrática.
Teerão é acusado de fornecer um apoio militar e financeiro ao regime sírio no conflito que já causou mais de 130 mil mortos desde março de 2011.
O outro apoio de Damasco, a Rússia, também considerou a exclusão de Teerão um erro. "Claro que é um erro (...) Sublinhámos sempre que todos os atores exteriores deviam estar representados", disse à imprensa o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Serguei Lavrov afirmou que, apesar de a ausência do Irão ser "um erro", não era "uma catástrofe".
Lavrov e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, reuniram-se na terça-feira à noite, em Montreux.
Ban Ki-moon, que chegou na terça-feira à ONU, em Genebra, manteve várias reuniões bilaterais e um encontro preparatório com as equipas das Nações Unidas.
O convite escrito, que Ban Ki-moon enviou a cerca de 30 países, afirma explicitamente que o objetivo da conferência é a "constituição de um governo de transição dotado de plenos poderes", como definido no comunicado final de Genebra I, em julho de 2012.
Para não se registar um recuo, não está previsto que a reunião de Montreux adote uma nova resolução, disse fonte diplomática.
A Coligação da oposição síria vai a Genebra II dividida e com dúvidas quanto à sua capacidade de aplicar um eventual acordo de resolução do conflito.
Com sede em Istambul, a Coligação - que integra vários grupos opositores - é considerada um dos mais importantes representantes da oposição síria, mas luta com dificuldades para apresentar uma frente unida e em mostrar a legitimidade no terreno.
Um dos principais grupos da Coligação, o Conselho Nacional Sírio, anunciou na véspera da abertura da conferência de paz que não ia participar.
Hoje, ao fim do dia, Ban Ki-moon apresentará uma síntese após as intervenções na conferência, incluindo as dos dois lados que se opõem no conflito.
No Montreux Palace, sede da conferência, de acesso proibido à imprensa, deverão decorrer vários encontros discretos para preparar a reunião de sexta-feira, nas Nações Unidas, em Genebra, entre as duas delegações sírias e o emissário especial da ONU e da Liga Árabe, Lahkdar Brahimi.
Lusa