"Até ao meio-dia de hoje, não houve nenhum passo concreto para uma operação desse tipo na cidade velha de Homs", disse à imprensa o chefe de operações da Cruz Vermelha para o Médio Oriente, Robert Mardini.
O regime sírio aceitou no domingo, nas conversações de paz a decorrer em Genebra, permitir a retirada de mulheres e crianças das zonas de Homs controladas pelos rebeldes e cercadas há meses pelo exército, zonas que correspondem a uma área de cerca de dois quilómetros quadrados.
Os militantes da oposição no terreno manifestaram ceticismo quanto à promessa e pediram que, antes, seja encaminhada ajuda humanitária e dadas garantias de que aqueles que abandonarem Homs não serão detidos.
Ativistas no terreno ouvidos hoje pela agência France Presse indicaram que metade das cerca de 500 mulheres e crianças no centro de Homs, das mais afetadas pela falta de alimentos e medicamentos, aceitam ser retiradas. "Cerca de 200 mulheres e crianças (...) estão prontas para ser retiradas (...). Mas só o farão se tiverem garantias de que não vão ser detidas pelo regime", disse Abu Ziad, um militante que está na parte ocupada de Homs.
Abu Ziad confirmou que até meio do dia de hoje não houve qualquer indício de uma operação para a saída de civis. "Os bombardeamentos prosseguem. Há muitas casas a arder e houve pessoas mortas hoje", disse. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, há cerca de 3.000 pessoas na zona cercada de Homs.
O responsável da Cruz Vermelha sublinhou por outro lado que a saída da cidade cercada é uma opção e nenhum civil deve ser obrigado a sair. "Sabemos, pela nossa experiência, que há pessoas que não querem deixar as suas casas, os seus pertences, sem garantias do que vão enfrentar lá fora", disse, acrescentando que as organizações humanitárias devem ter acesso aos locais para avaliar as necessidades.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho Sírio não entram em Homs desde novembro de 2012, disse, apesar de múltiplos pedidos às autoridades.
Lusa