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Nicolás Maduro quer normas estritas contra o sensacionalismo da imprensa na Venezuela 

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro,  anunciou hoje que vai elaborar normas "muito estritas" contra o que diz  ser o sensacionalismo da imprensa e para impedir que quem viva no estrangeiro  seja proprietário de algum meio de comunicação social. 

© Carlos Garcia Rawlins / Reuters

"Vão-me chamar de ditador, mas não me importo. Eu vou fazer um conjunto  de normas, muito estritas, para acabar com o sensacionalismo, a campanha,  a propaganda que se enche e se alimenta do sangue, da morte e quem a promove",  disse. 

Nicolás Maduro falava durante um ato oficial celebrado no estado venezuelano  de Miranda, a sul de Caracas, e acusou a imprensa venezuelana de pretender  o falhanço do programa de pacificação do país que o Governo lançará a 14  de fevereiro. 

"Quando um país inteiro clama pela paz e eles saem a deleitar-se com  a morte e a promovê-la", disse. 

As novas normas vão também proibir "que gente que não viva na Venezuela  seja proprietária" de meios de comunicação social, disse ao salientar que  o seu Governo vai "curar" a sociedade venezuelana dos "anti-valores do capitalismo,  do culto das armas, da violência e das drogas". 

O anúncio do Presidente da Venezuela acontece quando a imprensa critica  o Executivo por não ter acesso à compra de divisas para importar o papel  necessário à impressão dos jornais. 

Na Venezuela vigora desde 2003 um férreo sistema de controlo cambial  que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e nas últimas semanas  vários jornais reduziram o número de páginas impressas por falta de papel,  advertindo que se persistir a situação haverá quem tenha de suspender publicações.

Segundo o Observatório Venezuelano de Violência 25.000 pessoas foram  assassinadas em 2013 no país. 

Lusa