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França e Reino Unido responsabilizam regime sírio pelo fracasso das negociações

O Reino Unido e a França responsabilizaram hoje o regime sírio pelo fracasso das negociações de paz de Genebra, que consideraram "um grave retrocesso".

O conflito na Síria começou em 2011 e já fez mais de 140 mil mortos. (Reuters)
© Khalil Ashawi / Reuters

A segunda ronda de negociações de paz entre o regime e a oposição da Síria terminou hoje em Genebra sem qualquer avanço e sem que tenha sido marcada uma data para uma terceira ronda, segundo o mediador da ONU, Lakhdar Brahimi. 

Brahimi indicou que as reuniões foram suspensas depois de os representantes do regime sírio recusarem aplicar a agenda que estava definida. 

"A impossibilidade de chegar a acordo sobre o programa das próximas rondas das negociações (...) representa um sério retrocesso na procura da paz para a Síria e a responsabilidade cabe diretamente ao regime de (Bashar al) Assad", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, William Hague, num comunicado. 

Sublinhando que "isto não pode ser o fim da estrada", Hague considerou que o mundo "deve ao povo da Síria todos os esforços para alcançar progressos no sentido de uma solução política", pelo que Londres vai continuar a dar "todo o apoio a Lakhdar Brahimi e ao processo de Genebra". 

Em Paris, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, emitiu também um comunicado no qual condena a atitude do regime sírio e afirma que ele "bloqueou qualquer progresso para o estabelecimento de um governo de transição e multiplicou a violência e os atos de terror contra populações civis". 

Fabius saudou por outro lado "a coragem e o sentido de responsabilidade" da oposição, "que adotou uma posição construtiva ao longo das negociações", e apelou "a todos os que têm influência sobre o regime que o levem a respeitar as exigências da comunidade internacional". 

O conflito na Síria, iniciado há quase três anos, já fez mais de 140 mil mortos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Lusa