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Nova diretiva sobre tabaco aumenta alertas de saúde nos maços e proibe aromas

O Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje uma  nova diretiva sobre o tabaco que prevê o aumento de advertências de saúde  nos maços, com inclusão de imagens, a regulamentação  dos cigarros eletrónicos e a probição de aromas. O mentol será proibido a partir de 2020.

(Reuters/Arquivo)
© Lucas Jackson / Reuters

O Parlamento Europeu aprovou a revisão da diretiva sobre os produtos  do tabaco, depois do acordo alcançado com o Conselho de Ministros da União  Europeia (UE) em dezembro.  

"Entre as novas medidas incluem-se o aumento das advertências de saúde  para 65% em ambos os lados das embalagens, a proibição de certos aromas  e a regulamentação dos cigarros eletrónicos como medicamentos apenas se  forem apresentados como possuindo propriedades curativas ou preventivas",  refere em comunicado, o PE em Lisboa.   

A revisão da atual diretiva (que remonta a 2001) visa sobretudo dissuadir  os jovens de fumar. 

Para tal, as advertências de saúde passam a ser mais fortes e a embalagens  e os aromas que possam ser particularmente atrativos para os jovens passam  a ser proibidos. 

As regras atualmente em vigor exigem que as advertências de saúde cubram  pelo menos 30% de uma face e 40% da outra face da embalagem, mas a diretiva  revista aumenta o tamanho destas advertências (texto e imagem) para 65%  em ambos os lados.  

Os cigarros "slim" poderão ser mantidos, mas a utilização de aromas  distintivos que tornem o tabaco mais atrativo será restringida e o mentol  será proibido a partir de 2020.  

A nova legislação contempla ainda outros produtos que não estavam regulamentados  a nível da UE, como os cigarros eletrónicos. 

Os "e-cigarros" que forem apresentados como possuindo propriedades curativas  ou preventivas de doenças deverão ser autorizados como "medicamentos", mas  os que não aleguem ter estas propriedades serão "produtos do tabaco" e poderão  ser comercializados se o nível de nicotina for inferior a 20 mg/ml. 

Quanto aos ambientes sem fumo, esta diretiva não harmoniza regras, cabendo  aos Estados-membros regulamentar tais matérias na sua jurisdição. 

O tabagismo continua a ser a principal causa de mortes evitáveis na  UE, vitimando cerca de 700 mil pessoas por ano.  

Segundo dados da Comissão, 70% dos fumadores começam a fumar antes dos  18 anos e as despesas públicas em saúde na UE para o tratamento de doenças  relacionadas com o tabaco ascendem aos 25,3 mil milhões de euros por ano.

Lusa