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Rússia omitiu aos EUA informação sobre suspeito dos atentados de Boston

A Rússia recusou fornecer ao FBI informação  sobre um dos suspeitos do atentado na maratona de Boston, dois anos antes  do ataque, revela um relatório divulgado hoje pelo New York Times. 

(Arquivo Reuters)
© Dan Lampariello / Reuters

Só depois dos atentados, em que morreram três pessoas e mais de 260  ficaram feridas, é que as autoridades russas partilharam com o FBI dados  relevantes, como a conversa que intercetaram entre Dzhokhar e a sua mãe,  na qual discutiam sobre a Jihad islâmica, segundo o documento divulgado  hoje pelo diário. 

De origem chechena, Dzhokhar, de 19 anos, e o seu irmão Tamerlan, de  26 anos, alegadamente perpetraram o atentado terrorista da maratona de Boston,  em abril do ano passado, uma década depois de chegarem aos EUA como refugiados  políticos. 

A Rússia tinha informado em 2011 o FBI de que Tamerlan era "um seguidor  do Islão radical e um grande crente" e que "tinha mudado radicalmente desde  2010, quando se preparava para deixar os EUA e viajar" para a república  russa do Daguestão, vizinha da Chechénia - de onde é oriunda a sua família  - para juntar-se "a grupos clandestinos não especificados". 

Mas, de acordo com o New York Times, depois de uma investigação inicial por agentes do FBI em Boston, os russos recusaram vários pedidos de informação  adicional sobre Tamerlan.  

Nos próximos dias, os deputados do Congresso vão ser informados sobre as revelações do relatório que analisa como os serviços secretos dos EUA  e as forças de segurança podiam ter evitado o atentado.  

Estima-se que o documento seja divulgado na íntegra antes da próxima terça-feira, quando se cumprir o primeiro aniversário dos atentados de Boston.

Esta semana, o Congresso norte-americano realizou uma sessão para analisar as possíveis "falhas" de segurança que permitiram o ataque e pediu uma maior  cooperação entre agências locais e federais. 

Há duas semanas, o Comité de Segurança Nacional emitiu um relatório com recomendações para evitar novo atentado semelhante, incluindo a melhoria  da colaboração entre agências federais e locais e "refinar" o exame dos  dados dos viajantes internacionais. 

Tamerlan morreu durante a perseguição policial que se seguiu ao atentado  e o seu irmão Dzhokhar irá a julgamento no próximo dia 3 de novembro, no  qual o Departamento de Justiça dos Estados Unidos pedirá a pena capital.

 

Lusa