A polícia, destacada em massa, fechou várias praças do Cairo e, segundo responsáveis pela segurança, já dispersou pelo menos duas marchas, tendo utilizado gás lacrimogéneo.
No entanto, um ativista islâmico disse à agência France Presse que ao longo do dia estão previstas várias manifestações.
Os protestos são vistos como um teste à força dos islamitas, nomeadamente da Irmandade Muçulmana.
O movimento com 86 anos e que ganhou todas as eleições desde a revolta popular de 2011 foi recentemente declarado "terrorista", proibido, e quase toda a sua direção, à semelhança de Morsi, foi processada e detida. Centenas de apoiantes do antigo presidente foram condenados à morte em julgamentos coletivos quase sumários.
A implacável repressão das autoridades lideradas pelo militar que afastou Morsi, o recentemente eleito Presidente Abdel Fattah al-Sisi, reduziu drasticamente a capacidade de mobilização da Irmandade Muçulmana. Num ano, mais de 1.400 manifestantes pró-Morsi foram mortos e cerca de 16.000 pessoas foram detidas.
Para os defensores dos direitos humanos, a repressão lançada em julho de 2013 e que continua é a mais sangrenta que o mais populoso país árabe vive há décadas. Inicialmente dirigida contra os islamitas pró-Morsi, a repressão visa agora também os militantes laicos e progressistas que há um ano apoiavam os militares.
Lusa