Mundo

Separatistas pró-russos acusam Kiev de abater avião comercial malaio

Os separatistas ucranianos pró-russos acusaram hoje a aviação da Ucrânia pelo derrube no leste do território do avião das linhas aéreas da Malásia com 295 pessoas a bordo, enquanto Paris solicitava às companhias aéreas para evitarem o espaço aéreo do país.

Previamente, o embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vitaly Tchourkine,  já tinha rejeitado as acusações de Kiev, enquanto um responsável do Ministério  russo da Defesa considerava "absurdas todas as acusações precedentes formuladas  por Kiev contra a Rússia". 
© MAXIM ZMEYEV / Reuters

 "Testemunhas viram o Boeing 777 atacado por um caça ucraniano. De seguida,  o avião partiu-se em dois e caiu sobre o território da 'República de Lugansk' autoproclamada pelos separatistas no lesta da Ucrânia). Após o ataque,  o avião ucraniano foi abatido e também caiu em território da 'República  de Lugansk'", indicou a página oficial na Internet desta região separatista.

Em paralelo, e por intermédio do secretário de Estado dos Transportes,  Paris já pediu às companhias aéreas francesas para evitarem o espaço aéreo  ucraniano.    

"Foram dadas instruções à Direção Geral de Aviação Civil para serem  tomadas todas as medidas de precaução necessárias. Pede-se às companhias  francesas que evitem o espaço aéreo ucraniano enquanto não forem esclarecidos  os motivos desta catástrofe".  

As linhas aéreas malaias confirmaram que o aparelho que hoje desapareceu  dos radares quando sobrevoava o leste da Ucrânia se despenhou, mas sem indicar  as razões. 

Antes, o Presidente ucraniano Petro Poroshenko não tinha excluído a  hipótese de o avião das linhas aéreas da Malásia que hoje se despenhou no  leste da Ucrânia tenha sido "abatido", numa alusão velada à Rússia e aos  rebeldes federalistas do leste do país.  

"É o terceiro caso trágico nos últimos dias, após os aviões Na-26 e  Su-25 das forças armadas ucranianas, abatidos a partir de território da  Rússia", declarou Pososhenko num comunicado da Presidência.  

"Não excluímos que este avião (malaio) possa ter sido abatido e sublinhamos  que as forças armadas ucranianas não efetuaram disparos suscetíveis de atingir  alvos nos ares", acrescenta, antes de apresentar as condolências às famílias  das vítimas.  

Previamente, o embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vitaly Tchourkine,  já tinha rejeitado as acusações de Kiev, enquanto um responsável do Ministério  russo da Defesa considerava "absurdas todas as acusações precedentes formuladas  por Kiev contra a Rússia".  

As linhas aéreas malaias já confirmaram que o aparelho que se despenhou,  mas sem indicar as razões, segundo um comunicado do conselho de administração  da empresa citado pela AFP. 

Numa primeira reação, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, manifestou-se  "profundamente chocado por esta notícia dramática", ao ser informado da  queda do avião, proveniente de Amesterdão e com destino à capital da Malásia.

A notícia da queda do aparelho foi já abordada entre o presidente russo  Vladimir Putin e o chefe de Estado norte-americano, Barack Obama, informaram  a Casa Branca e o Kremlin. 

"O Presidente russo informou o Presidente dos Estados Unidos de informações  de controladores aéreos que tinham chegado momentos antes da conversação  telefónica e que indicavam que o avião se tinha despenhado na Ucrânia",  disse o Kremlin através de comunicado. 

O aparelho, um Boeing-777 da Malaysia Airlines, que fazia a ligação  entre Amesterdão e Kuala Lumpur, desapareceu dos radares da Ucrânia a uma  altitude de 10.000 metros. 

O aparelho perdeu a comunicação com terra na região oriental de Donetsk,  perto da cidade de Shaktarsk, e palco de combates entre forças governamentais  ucranianas e rebeldes federalistas pró-russos. 

Lusa