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Novos distúrbios nos EUA por morte de jovem alvejado pela polícia

A cidade de Ferguson, no estado do Missuri (centro dos Estados Unidos), voltou segunda-feira à noite a ser palco de distúrbios violentos em protesto pela morte de um jovem negro atingido a tiro pela polícia no sábado.

Cinco pessoas foram detidas, depois de no domingo 32 terem sido levadas para a esquadra.
Jeff Roberson

Segundo as autoridades, a polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, que pela segunda noite consecutiva saíram à rua, saqueando  lojas e disparando armas de fogo. Pelo menos dez polícias ficaram feridos.

Cinco pessoas foram detidas, depois de no domingo 32 terem sido levadas para a esquadra.

No sábado, Michael Brown, de 18 anos, foi morto com vários disparos de um agente da polícia, cuja identidade não foi divulgada.  

O incidente está a ser investigado pelo FBI, a pedido de grupos de defesa dos direitos civis. 

Uma residente de Fergusson, Lauree Salamon, disse à televisão Channel 4 que os habitantes da cidade se sentem inseguros com os distúrbios: "Queremos  que tragam a guarda nacional. Não podemos ter outra noite como esta", disse.

Testemunhas do incidente de sábado disseram à imprensa local que Brown e um amigo caminhavam pelo meio de uma rua quando a polícia os mandou parar.  Segundo essas testemunhas, o jovem pôs os braços no ar para mostrar que  não estava armado antes de ser alvejado com vários tiros. 

A versão preliminar das autoridades é de que houve uma luta, durante a qual Brown empurrou o agente da polícia e tentou tirar-lhe a arma, o que  fez o polícia disparar. 

Dirigentes comunitários de Fergusson e familiares de Brown apelaram à calma e pediram que os protestos sejam pacíficos, mas Jesse Jackson, ex-candidato  presidencial democrata e reconhecido pela sua luta pelos direitos civis,  afirmou que não pode haver calma perante "um crime de injustiça". 

"Vi um cartaz a dizer que precisamos de calma. Mas a calma não é resposta, a calma é ausência de ruído. Do que precisamos é da presença da justiça",  disse Jackson ao diário St. Louis American.

Lusa