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Governo dos EUA declara porta-voz do Estado Islâmico como terrorista

O governo norte-americano anunciou hoje ter classificado como terrorista o porta-voz do grupo jihadista` Estado Islâmico (EI), o sírio Abu Mohamed al Adnani, o que implica sanções financeiras.

Na semana passada, os Estados Unidos iniciaram bombardeamentos seletivos  no norte do Iraque devido ao avanço do EI, que, a 10 de junho, tomou o centro  de Mosul. 
© Kevin Lamarque / Reuters

 A medida implica o bloqueio de todas as propriedades ou investimentos  que Al Adnani possa deter nos Estados Unidos ou sob controlo norte-americano,  além de proibir os cidadãos norte-americanos de efetuarem transações financeiras  com o porta-voz do EI, indica um comunicado do Departamento de Estado. 

Nascido na Síria com o nome Taha Sobhi Falaha, Al Adnani é um alto dirigente  e porta-voz oficial do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), nome  com que o governo norte-americano designa o Estado Islâmico (EI), acrescenta  a nota. 

"Al Adnani é o principal canal do EIIL para distribuição de mensagens  oficiais, incluindo a declaração da criação de um califado islâmico. Foi  um dos primeiros combatentes estrangeiros a opor-se às forças de coligação  no Iraque antes de se tornar no porta-voz do EIIL", refere a nota. 

A decisão do Departamento de Estado inclui Al Adnani na lista de "terroristas  mundiais especialmente declarados" sob a ordem executiva 13324, que persegue  terroristas e quem os apoie em todo o mundo. 

O EI, com a sua anterior designação de EIIL, faz parte da lista de organizações  terroristas do Departamento de Estado desde dezembro de 2004, quando era  conhecido como a Al-Qaeda no Iraque. 

Na semana passada, os Estados Unidos iniciaram bombardeamentos seletivos  no norte do Iraque devido ao avanço do EI, que, a 10 de junho, tomou o centro  de Mosul. 

O Departamento de Estado recordou que Al Adnani também está sujeito  a uma resolução de condenação do Conselho de Segurança da Organização das  Nações Unidas (ONU), que pede aos Estados-membros que lhe congele os bens,  o impeça de viajar e um embargo de armas. 

As forças militares norte-americanas voltaram hoje a atacar posição  do EI, perto da barragem de Mosul, com pelo menos 15 operações aéreas com  caças, bombardeiros e aviões não tripulados. 

Os ataques acabaram com nove posições de combate, um posto de controlo,  seis veículos armados, uma viatura blindada e equipamento de artilharia  antiaérea, informou o Comando Central das Forças Armadas (Centcom). 

Desde 8 de agosto, as unidades do Centcom efetuaram 68 ataques aéreos  no Iraque, 35 dos quais de apoio às forças iraquianas perto da barragem  de Mosul. 

A barragem de Mosul é umas principais reservas estratégicas de água  do Iraque, com uma capacidade de vários milhões de metros cúbicos e localiza-se  23 quilómetros a sudoeste da cidade de Dohuk, na região do Curdistão. 

Lusa