"É importante para nós, antes da chegada do inverno à Ucrânia, inspecionar uma última vez a pente fino o local 1/8da queda 3/8 e na busca de passageiros que ainda não foram encontrados", declarou Hishammuddin Hussein, no decurso de uma visita a Moscovo para encontros com responsáveis políticos russos,sem fornecer mais detalhes.
O ministro malaio também indicou que os encontros com o seu homólogo russo, Serguei Choigou, e com o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Grigori Karassine, decorreram "muito bem".
"Todos pretendemos a mesma coisa: queremos a transparência e a justiça", considerou Hishammuddin.
Serguei Choigou acusou Kiev de responsabilidade pela queda do Boeing malaio em julho, no leste da Ucrânia, pelo facto de a catástrofe ter ocorrido no seu território.
"A catástrofe ocorreu no espaço aéreo da Ucrânia, que tem toda a responsabilidade naquilo que se passou", declarou o ministro.
"Se a Ucrânia não tivesse decidido resolver os seus problemas internos através do recurso às forças armadas (...), à artilharia pesada, incluindo mísseis, e à aviação (...) estou convencido de que esta tragédia não teria acontecido", acrescentou.
O responsável russo exprimia-se um dia após a publicação em Haia de um relatório preliminar sobre a queda do Boeing da Malaysia Airlines, que se despenhou em 17 de julho em território controlado pelos separatistas com 298 pessoas a bordo, durante a ligação entre Amesterdão e Kuala Lumpur.
No documento, os investigadores chegaram à conclusão de que o Boeing "se dissolveu em voo, provavelmente devido a danos estruturais provocados por um grande número de projéteis de alta energia que penetraram do exterior do avião".
Os investigadores holandeses não forneceram qualquer indicação sobre a natureza dos "projéteis" nem sobre a sua origem, mas o primeiro-ministro malaio, Najib Razak, considerou que a descrição técnica sugere a "forte suspeita" de disparo de um míssil, uma tese já referida em julho pelos países ocidentais.
Kiev acusou os separatistas e terem disparado um míssil fornecido pela Rússia, que por sua vez deu a entender que a Ucrânia poderia ser responsável.
Após Moscovo, Hishammuddin tem prevista uma deslocação a Amesterdão.
Lusa