Tony Abbott anunciou ontem o envio de 600 militares para o Médio Oriente, e também de caças e aeronaves de apoio, em resposta a um pedido dos Estados Unidos para contribuírem para a luta internacional contra o Estado Islâmico.
O primeiro-ministro garantiu que a componente aérea vai partir para a zona de conflito no final desta semana, com algumas forças especiais a avançarem antes dessa data, indica a agência australiana AAP.
Questionado pelo canal televisivo Channel 9 sobre a estratégia de saída dos militares, Tony Abbott respondeu: "Não vou impor um limite para isso".
"Certamente serão meses, não semanas, e possivelmente serão muitos meses", afirmou, deixando claro que não pode prometer êxito ou evitar os riscos de um destacamento no Iraque.
Em declarações ao canal ABC, o primeiro-ministro salientou também que o envio de tropas é "essencialmente uma missão humanitária para proteger e ajudar o povo do Iraque e as suas forças de segurança, para que sejam capazes de afetar e enfraquecer o Estado Islâmico", assim como "proteger as gentes de todo o mundo, incluindo a Austrália, de um culto assassino com ambições universais".
"Não se trata de uma guerra tribal, não é um conflito localizado. É um conflito em que participam pelo menos 60 australianos que sabemos que estão a combater", afirmou.
O primeiro-ministro explicou que as ações australianas vão centrar-se nas fronteiras iraquianas e salientou que a coligação liderada pelos Estados Unidos deseja "evitar um genocídio, um potencial genocídio, que se está a desenvolver no norte do Iraque, semanas antes do primeiro ataque aéreo norte-americano e das ajudas humanitárias de países como a Austrália".
Voos de reconhecimento contra Estado Islâmico
França juntou-se, entretanto, ao Reino Unido na campanha de voos de reconhecimento de apoio à operação norte-americana contra o Estado Islâmico no Iraque. França possui uma base nos Emirados Árabes Unidos onde estão estacionados aviões de vigilância e de combate, explicou o ministro da Defesa francês, Jean-Yves Le Drian, na reunião de preparação de uma conferência internacional de combate ao Estado Islâmico.
O grupo jihadista, que ocupa algumas zonas do Iraque e da Síria executou sábado o terceiro refém estrangeiro, aumentando a pressão sobre os Governos que vão reunir na capital francesa.