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Sequestrador de Sydney é um refugiado iraniano com antecedentes criminais

O homem que há cerca de 15 horas mantém sequestradas várias pessoas num café em Sydney já foi identificado pelas autoridades. É um refugiado iraniano acusado de agressão sexual e conhecido por enviar cartas de ódio para familiares de soldados australianos mortos no estrangeiro.

O clérigo iraniano Man Haron Monis fotografado em Novembro de 2009.
SERGIO DIONISO/EPA
© David Gray / Reuters
Segundo a imprensa australiana e britânica, o suspeito é identificado como Man Haron Monis, um homem de 49 anos que se apresenta como um pregador do Estado Islâmico (EI) e que está em liberdade sob fiança, acusado de cumplicidade no homicídio da ex-mulher.

O designado Sheik Man Haron Monis foi também acusado este ano de ter agredido sexualmente uma mulher em 2002. O homem foi igualmente acusado em outubro de 40 crimes de agressão.

O suspeito nasceu no Irão como Manteghi Bourjerdi e chegou à Austrália em 1996, tendo adotado o nome de Man Haron Monis, segundo o canal australiano 9News.

A BBC indicou que as autoridades australianas concederam asilo político a este antigo advogado, descrito como uma figura isolada. 

No passado, Man Haron Monis participou em vários protestos contra a presença das tropas australianas no Afeganistão e enviou cartas de ódio às famílias de soldados australianos mortos em conflitos no estrangeiro.

Apesar de ter sido declarado um ativista pacífico, o homem foi condenado a 300 horas de serviço comunitário. 

Sequestro desde domingo à noite

Várias pessoas foram feitas reféns no interior de um café no centro da cidade australiana de Syidney e uma bandeira islâmica foi colocada numa das janelas, referiram diversos meios de comunicação locais e testemunhas. 

A polícia encerrou parte de Sydney junto ao centro financeiro, enquanto dezenas de polícias cercavam o Lindt Chocolat Cafe, com as imagens das televisões a mostrarem uma bandeira negra com inscrições em árabe presa numa janela. O canal televisivo Channel 7 News, com os seus estúdios situados em frente ao café, referiu que pelo menos um homem armado mantinha diversos reféns.

Jornalistas no local referiram que cerca de 20 pessoas estão no interior do café, apesar de a polícia não ter confirmado  o número de reféns. Alguns observadores identificaram a bandeira como a al-Raya, um símbolo genérico do islão e onde se refere "Não existe outro Deus senão Alá, e Maomé é o seu profeta".

Os responsáveis policiais referiram, no entanto, que estava em curso uma operação, enquanto testemunhas disseram ter escutado diversos sons semelhantes a disparos. 

A Sydney Opera House, um ícone da cidade, também foi evacuada, com um porta-voz da polícia de Nova Gales do Sul a referir-se a um incidente e a confirmar uma "intervenção na ópera". 

A Austrália está em alerta máximo devido a eventuais ataques de cidadãos que regressam ao país após combaterem no Médio Oriente e as autoridades têm efetuado ultimamente diversas operações policiais de grande aparato nas principais cidades.