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Deputados gregos decidem hoje eleições antecipadas

Os deputados gregos voltam a ser hoje convocados pela terceira vez para a eleição do presidente da Grécia, um escrutínio determinante que em caso de novo falhanço implicará a convocação de legislativas antecipadas. 

© Alkis Konstantinidis / Reuter
Na terça-feira, os deputados voltaram não conseguir eleger o chefe de Estado, num escrutínio seguido com particular atenção na sede da União Europeia (UE) em Bruxelas e nas principais capitais europeias. No caso de dissolução do hemiciclo e de legislativas antecipadas, que devem decorrer em 25 de janeiro ou 1 de fevereiro, o partido de esquerda anti-austeridade e anti-troika 'Syriza' poderá chegar ao poder.  

No total, 168 dos 300 deputados votaram na terça-feira por Stavros Dimas, o ex-comissário europeu proposto pelo partido conservador do primeiro-ministro Antonis Samaras, que o governo de coligação entre a direita e o Partido Socialista Pan-Helénico (PASOK) apresentou como candidato ao posto honorífico de chefe de Estado.  

Na primeira volta em 17 de dezembro, apenas 160 dos 300 deputados votaram no candidato, também longe da maioria de 200 votos exigida nas duas primeiras consultas. Na terceira volta de hoje são suficientes 180 votos, que também não estão assegurados. 

Entre a primeira e a segunda votação, numa tentativa para convencer deputados independentes, não inscritos, ou os dez representantes do pequeno partido de esquerda 'Dimar', Samaras propôs-se antecipar para o final de 2015 as legislativas, agendadas para junho de 2016, e disse estar disposto a "alargar" a composição do governo. 

Na terça-feira, o seu candidato garantiu mais oito votos, mas a tarefa de Samaras parece quase impossível. Após o voto, o primeiro-ministro exortou os deputados a "evitarem a aventura" e "terem em consideração os sofrimentos dos gregos" no decurso da crise e o "interesse da pátria". 

No entanto, e para além da contínua oposição do 'Syriza' e de poucas deserções, a generalidade dos deputados dos pequenos partidos afirma pretender manter o sentido de voto. 

O 'Syriza', que venceu as eleições europeias de maio, opõe-se às políticas de austeridade impostas pela troika de credores internacionais (UE, Banco Central Europeu e FMI) ao país desde finais de 2010, e que implicou um resgate financeiro de 240 mil milhões de euros.


Lusa