Ferramenta digital vai proteger tubarões em perigo de extinção
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) desenvolveu uma ferramenta digital para proteger as espécies de tubarões em perigo de extinção e combater o comércio ilegal de barbatanas, anunciou hoje a organização.
© Hugh Gentry / Reuters
"O novo programa informático, denominado 'iSharkFin', ajudará a proteger as espécies de tubarões em perigo de extinção e a combater o comércio ilegal de barbatanas de tubarão e é dirigido a inspetores de mercados e comerciantes de pescado sem especialização na classificação taxonómica das espécies", anunciou a FAO num comunicado.
O 'iSharkFin', em desenvolvimento desde 2013, permite introduzir uma fotografia do tubarão e "a partir de alguns pontos-chave da forma da barbatana dorsal e de outras características identificar, através de um algoritmo associado a uma base de dados, a espécie", refere o comunicado, adiantando que o processo demora apenas cinco minutos.
De acordo com a agência da ONU, o novo programa "pode identificar 35 espécies de tubarões a partir da forma da barbatana dorsal e outras sete através das barbatanas peitorais".
Estimativas da FAO colocam em mais de 73 milhões o número de tubarões mortos anualmente, o equivalente a cerca de 6% da população global, a maioria para colheita das barbatanas, enquanto o resto do animal é devolvido ao mar ainda vivo, acabando por morrer lentamente.
"Este número é superior à taxa considerada sustentável para espécies que demoram muitos anos a atingir a maturidade e têm poucas crias", refere o comunicado.
As barbatanas de tubarão têm um elevado valor comercial em mercado asiáticos, por serem consideradas uma iguaria.
Vários países já declararam ilegal a prática de "finning" (a extração de barbatanas e rejeição do corpo dos tubarões), considerando que as barbatanas de tubarão apenas poderão ser comercializadas caso o resto do animal seja também aproveitado.
Lusa