Burundi corta acesso às redes sociais através de telemóveis após protestos
As autoridades do Burundi cortaram o acesso às redes sociais a partir de telemóveis quando ocorrem no país violentos protestos contra a pretensão do presidente, Pierre Nkurunziza, de prolongar o seu mandato, constatou a agência noticiosa espanhola EFE.
© Thomas Mukoya / Reuters
Nas ruas de Bujumbura, a capital, os cidadãos não conseguem aceder hoje a qualquer rede social, após as operadoras de telecomunicações terem restringido o acesso à Internet na sequência de ordens das autoridades do Burundi.
As pessoas que dispõem de uma ligação sem fios em casa podem aceder à Internet sem restrições, segundo a EFE.
Desde domingo que se registam confrontos entre manifestantes e a polícia, que já causaram cinco mortos, três dos quais por disparos de agentes policiais e dois alegadamente às mãos das milícias jovens do partido no poder o Conselho Nacional para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD).
O chefe do Estado Maior e o diretor-geral da Polícia alegam que o número de mortos é de apenas dois, adiantando que 37 agentes ficaram feridos nos protestos e que cerca de 200 manifestantes que transportavam granadas e facas foram detidos.
A onda de protestos iniciou-se com o anúncio de que Nkurunziza se candidatará a um terceiro mandato nas eleições presidenciais de junho.
Os seus opositores consideram um terceiro mandato inconstitucional e sobretudo contrário aos acordos de Arusha, que abriram caminho ao fim da longa guerra civil no Burundi (1993-2006).
Temendo um regresso da violência em larga escala, a comunidade internacional tem alertado nos últimos meses as autoridades do Burundi para tentarem dissuadir o Presidente de se candidatar a um novo mandato.