Os protestos pacíficos pró-reformas iniciados em 15 de março de 2011 neste país do Médio Oriente e reprimidos pelas forças do regime instigaram um levantamento armado que depois se generalizou a todo o país e justificou o início das intervenções externas.
Diversos grupos envolveram-se no conflito, que na semana passada registou um novo desenvolvimento na sequência do início da intervenção militar da Rússia, aliada do regime, através de ataques aéreos.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), mais de 240 mil pessoas foram mortas no conflito desde 2011.
2011
15 março - Após 40 anos de regime totalitário liderado pela família Assad, eclodem protestos sem precedentes que exigem mais direitos civis e liberdade para os presos políticos.
Ocorrem ações repressivas em Damasco, Banias e Daraa, o centro da revolta, onde 100 pessoas são alegadamente mortas no dia 23.
O regime denuncia uma "rebelião armada de grupos salafistas", enquanto o Reino Unido, França e Estados Unidos denunciam a repressão.
Os protestos alastram em abril, com apelos para o derrube de Assad.
2013
17 julho - A rebelião moderada do Exército Sírio Livre (FSA) desencadeia a batalha por Damasco, mas as forças governamentais conseguem resistir, enquanto os rebeldes cercam a capital.
20 julho - Os rebeldes iniciam uma ofensiva na cidade de Aleppo (norte), desde então dividida entre regiões no leste ocupada pelos rebeldes e pelas forças do regime a oeste.
Em agosto, entra em cena no conflito diverso armamento pesado, incluindo aviões.
21 agosto - Os Estados Unidos acusam o regime de ter matado mais de 1.400 pessoas com armas químicas em duas zonas controladas pelos rebeldes perto de Damasco.
Em setembro, Washington e a Rússia concordam num plano para eliminar as armas químicas, afastando a ameaça de ataques aéreos norte-americanos.
2014
O grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), que emerge no conflito em 2013, garante rapidamente importantes avanços territoriais no nordeste do país, impondo-se à inicial rebelião antirregime.
O EI designa a cidade de Raqqa como "capital" do seu califado, que é proclamado nos finais de junho nos territórios que controla na Síria e no Iraque, e onde impõe uma interpretação radical da lei islâmica.
O grupo reivindica numerosas execuções, incluindo reféns ocidentais. Os 'jihadistas', em particular a Frente Al-Nursa, filiada na Al-Qaida, reforçam a sua presença no norte do país, em detrimento do FSA.
2015
26 janeiro - Após mais de quatro meses de duros combates, forças curdas apoiadas por ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos expulsam o EI de Kobane, junto à fronteira com a Turquia.
28 março - A Frente Al-Nursa, apoiada por grupos rebeldes aliados, assumem o controlo de grande parte da cidade de Idlib (noroeste), a segunda capital provincial após Raqa que o governo deixa de controlar.
6 maio - Assad afirma que os obstáculos são normais em situações de guerra e não significa que o conflito esteja perdido, mas em 26 de julho reconhece que as fileiras do seu exército estão mais reduzidas.
30 setembro - A Rússia desencadeia ataques aéreos na Síria, ao referir que a sua intervenção é dirigida contra os "grupos terroristas", incluindo o EI. Os rebeldes e os seus apoiantes internacionais dizem que estão a ser atingidas as posições dos opositores moderados do regime, com o objetivo de apoiar o regime de Assad.
7 outubro - As forças governamentais sírias desencadeiam uma vasta ofensiva terrestre contra os rebeldes na província central de Hama, apoiadas por intensos bombardeamentos aéreos russos. Moscovo refere que a sua marinha também disparou misseis de cruzeiro contra posições rebeldes a partir do Mar Cáspio.
Com Lusa