A informação foi rejeitada pelos talibãs, que asseguram apenas recrutar combatentes com "maturidade mental e física".
"O recrutamento de crianças para as fileiras do emirado islâmico é estritamente proibida", adiantam num comunicado divulgado hoje.
A organização de defesa dos direitos humanos afirma que os talibãs recrutam ativamente jovens rapazes, que treinam para operações militares, como o manuseamento de engenhos explosivos artesanais.
"A estratégia aparente dos talibãs que consiste em lançar um número crescente de crianças no campo de batalha é, além de ilegal, cínica e cruel", considerou Patricia Gossman, investigadora no Afeganistão para a HRW.
A organização revelou que no norte do Afeganistão, nomeadamente na província de Kunduz, os talibãs utilizam cada vez mais as escolas religiosas, as madrassas, para o treino militar das crianças.
A doutrinação pode começar a partir dos seis anos. O treino militar prolonga-se por sete anos e os rapazes vão para o terreno aos 13.
Em Chahardara, distrito da província de Kunduz, mais de 100 crianças foram recrutadas e destacadas pelos talibãs em 2015, segundo a HRW, citando habitantes.
Há anos que os grupos de defesa dos direitos humanos alertam para o fenómeno nas fileiras dos talibãs, mas também das milícias pró-governamentais.
Lusa